Será inaugurada, nesta quarta-feira (18), no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), a ala Pietro Albuquerque, destinada ao transplante de medula óssea. O nome é em homenagem ao filho do líder socialista na Câmara, Beto Albuquerque, que faleceu em fevereiro de 2009, vítima de leucemia mieloide aguda, após 13 meses de luta contra a doença. A ala tomará todo o terceiro andar do ICDF e será referência para o transplante de medula óssea. Serão 27 leitos de internação, 12 leitos de hospital durante o dia (serviços de internação parcial), consultório, coleta de células-tronco e sala de apoio aos acompanhantes. A nova estrutura possibilitará um atendimento exclusivo, seguro e especialmente destinado ao tratamento desses pacientes. Segundo o Ministério da Saúde, este será o maior centro de transplantes de medula óssea do Brasil.
Atualmente, o hospital conta com apenas dois leitos destinados ao transplante. Neles, são realizados apenas os autólogos, transplantes cujas células, tecidos ou órgãos são retirados da própria pessoa e implantados em um local diferente do corpo. Desde novembro de 2013, já foram realizados 17 procedimentos dessa natureza. Com a inauguração da nova ala, serão realizados também os transplantes halogênicos, que consistem na retirada de material de outra pessoa para ser implantada no paciente.
A nova estrutura pretende atender o máximo de pacientes com indicação para esse procedimento que já tem o seu doador identificado e estão aguardando, apenas, um leito para realizá-lo. Atualmente o ICDF realiza somente um tipo de transplante, com a medula do próprio paciente. A ampliação permitirá realizar o transplante halogênico e diminuir a fila por espera desse tipo de procedimento no DF e outras regiões, assim o ICDF espera realizar até o fim do ano 45 procedimentos na nova unidade.
O Brasil possui hoje o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo, são poucos mais de dois milhões de doadores cadastrados, e mesmo com esse volume, ainda é um desafio à doação, pois ainda existe um número baixo de doadores compatíveis. Poucos hospitais no Brasil têm esta licença para o transplante entre pessoas de mesmo parentesco, devido às complexidades envolvidas no processo. Com a inauguração da ala, aumenta a probabilidade de se encontrar um doador compatível.