Com o objetivo de reduzir a erradicação dos pomares de laranja e incentivar os produtores a investir e continuar na atividade da citricultura, lideranças e produtores dos municípios da região do Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea participaram na terça-feira de uma reunião de trabalho para discussão da política pública do preço mínimo da laranja, implementada neste ano no Rio Grande do Sul. O encontro aconteceu na Câmara de Vereadores de Liberato Salzano e recebeu extensionistas da Emater/RS-Ascar dessas regiões e de Erechim.
As regiões de Frederico Westphalen, Erechim e Passo Fundo são grandes produtoras de laranja. Segundo a Secretaria de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã (Seplag), o RS é o sexto produtor brasileiro de laranja, com uma produção média de 370.592 toneladas no período de 2009 a 2011. Liberato Salzano e Planalto são os municípios que mais produzem a fruta na região do Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea.
O coordenador técnico da Câmara Setorial da Citricultura, Paulo Lipp, participou do encontro e reiterou a importância das parcerias para viabilizar essa política do preço mínimo. “É fundamental realizarmos um trabalho em conjunto, contando com o apoio de todas as entidades ligadas ao setor”, constatou Lipp. A reunião contou com a presença do corretor da empresa Novo Mundo Corretora de Mercadorias, Roberto Prado, que explicou o passo a passo para participação desse processo. A Novo Mundo engloba todos os processos de operações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O processo de funcionamento do preço mínimo da laranja acontece através de leilões. Os possíveis participantes desse processo são produtores rurais independentes, pessoa física ou jurídica, diretamente ou por meio de suas cooperativas. A igualdade do preço recebido é uma das vantagens oferecidas, todo produtor participante ganha igualmente.
O secretário da Agricultura de Liberato Salzano, Valcir Sacon, confirmou a intenção do município em participar desse processo. “Estamos assumindo esse compromisso de implementar esse trabalho, de extrema importância e incentivo para o produtor manter a atividade. A política pública está criada, agora cabe a nós nos mobilizarmos para levar até o produtor essa oportunidade”, exclamou Sacon. Segundo o técnico em agropecuária da Emater/RS-Ascar, Francisco Frizzo, o próximo passo para dar continuidade a esse processo é reunir as entidades locais do município, envolvidas no setor, e discutir a viabilidade dessa política. “A nossa expectativa é muito positiva para os produtores de Liberato Salzano”, afirmou.
Para o produtor de citros do município de Aratiba, João Batista Griebler, essa nova proposta é uma segurança de investimento, que requer do produtor qualidade e maior volume de produção. “A garantia de preço é muito importante, mas cabe ao produtor dimensionar isso, fazer o seu planejamento. Cada produtor deve ter sua logística de produção para atender a essa nova demanda”, comentou Griebler.
Caminhos
Entre os encaminhamentos deixados na reunião, a ideia de consolidar uma Câmara Regional para o setor foi lembrada pelo assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar, Edison Dornelles, que servirá como um apoio à citricultura, em especial na realização dessa política pública. “A intenção agora é organizar os produtores, contando com as entidades parceiras em cada município, analisando a viabilidade da realização desse processo com os interessados e habilitados”, explicou. Nas próximas semanas, o levantamento dos produtores será feito em cada município para avaliação da possiblidade da participação nessa nova oportunidade de mercado.