A juíza da 3ª Vara de Execuções Criminais, Ana Cristina Frighetto Crossi, acatou o pedido da defesa e autorizou o advogado Maurício Dal Agnol a viajar para Curitiba ainda na quarta-feira, após ter se apresentado no fórum de Passo Fundo. Pela decisão, o homem acusado de aplicar um golpe milionário e ter lesado cerca de 30 mil pessoas, poderá permanecer na capital paranaense até o dia 20. A cidade é a mesma onde a esposa, Márcia Fátima da Silva Dal Agnol fixou residência no mês de maio, ao retornar dos Estados Unidos. A reapresentação do advogado está marcada para a próxima segunda-feira.
Após constar na lista de procurados da Interpol, Dal Agnol teve a prisão preventiva revogada por decisão da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado. Na quarta-feira ele compareceu ao fórum de Passo Fundo, quase quatro meses após a Operação Carmelina e começou a cumprir as medidas cautelares determinadas pela Justiça. Além de entregar o passaporte, ele pagou fiança no valor de R$ 1,6 milhão, terá de cumprir recolhimento domiciliar entre 21h até 6h do dia seguinte e comparecer todas as segundas e sextas-feiras na 3ª Vara de Execuções Criminais
Inquéritos
Somente na Delegacia da Policia Federal de Passo Fundo, Maurício responde a pelo menos 60 inquéritos já instaurados, a maioria por apropriação indébita. Cada um deles reúne entre 10 a 50 vítimas. Um dos responsáveis pelas investigações, o delegado da PF, Mário Luiz Vieira afirma que a quantidade de inquéritos será superior a uma centena. “Dentro de 30 dias estaremos concluindo os primeiros. São centenas” prevê. Vieira entende que a permanência de Dal Agnol em Passo Fundo é importante para que ele possa ser interrogado na delegacia. “Caso contrário, teremos de ouvi-lo por carta precatória” explica.
Atuação da BM é criticada nas redes sociais
A presença de uma guarnição do Batalhão de Operações Especiais (BOE), da Brigada Militar, durante a apresentação do advogado Maurício Dal Agnol, no fórum de Passos Fundo, no final da tarde quarta-feira, gerou protestos e indignação nas redes sociais. Na maioria das postagens, a participação da BM foi classificada como ‘segurança particular’ do advogado.
A juíza titular da 3ª Vara de Execuções Criminais, Ana Cristina Frighetto Crossi, onde Dal Agnol compareceu, disse ontem à tarde não ter solicitado a presença dos policiais. Comandante do CRPO-P, o coronel Jorge Reginaldo Petersin declarou não ter havido nenhum pedido formal para a presença dos policiais no local. Segundo ele, a guarnição se deslocou até o fórum com a intenção de evitar possíveis tumultos. “Em razão dos protestos, avaliamos que havia a necessidade de policiamento. Felizmente não aconteceu nada. Foi uma medida preventiva, apenas isso” argumentou.
Imprensa
Em relação à retirada de profissionais da imprensa do interior do fórum, no momento da apresentação de Dal Agnol, na quarta-feira, a juíza Ana Cristina Frighetto Crossi disse ter sido no sentido de ‘precaver eventual tumulto’. “Havia uma movimentação intensa aqui naquele momento, pedi que aguardassem no lado de fora para evitar abordagem na porta do cartório” afirmou.