Indígenas acusados de duplo homicídio são soltos pela Justiça

Grupo de cinco índios estava detido desde o início de maio na penitenciária de Jacuí

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Índios foram presos no dia 9 de maioÍndios foram presos no dia 9 de maio
Índios foram presos no dia 9 de maio
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O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Rogério Schietti Cruz, acatou o pedido da defesa e concedeu através de liminar, liberdade aos cinco índios caingangues acusados nas mortes dos irmãos Alcemar de Souza, 36 anos, e Anderson de Souza, 27. O duplo homicídio ocorreu dia 28 de maio no município de Faxinalzinho. A decisão do STJ foi encaminhada à Justiça Federal de Erechim na sexta-feira à noite, através de telegrama.

O grupo estava detido com prisão temporária decretada desde 9 de maio, na Penitenciária Estadual do Jacuí, e foi solto ainda no sábado. Os cinco índios foram presos durante operação realizada pela Polícia Federal no momento em que lideranças indígenas, agricultores representantes do Ministério da Justiça, Ministério Público e representantes do governo do estado, participavam de um encontro de conciliação sobre o conflito agrário em Faxinalzinho. No início deste mês, a Justiça Federal de Erechim havia prorrogado a prisão temporária dos cinco por mais 30 dias.

Delegado diz que PF ‘ficou de mãos atadas’
Responsável pelo inquérito que investiga o duplo homicídio em Faxinalzinho, o delegado da Policia Federal de Passo Fundo, Mário Luiz Vieira, definiu como ‘um erro’ a decisão da Justiça em conceder liberdade ao grupo. Segundo ele, dos cinco indígenas presos, quatro são apontados como líderes. “Realmente não tenho ideia do que pode acontecer daqui para frente. Já recebemos ligação de familiares das vítimas dizendo que pretendem deixar suas residências com medo de represálias”, afirma. Vieira diz ainda que a decisão vai prejudicar as investigações. “Temos pelo menos mais seis pessoas identificadas, como vou pedir a prisão deles se os líderes estão soltos. Ficou muito ruim. A Polícia Federal está de mãos atadas” declara. O inquérito que apura o duplo crime corre em segredo de Justiça.

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