Na última segunda-feira a Organização Mundial da Saúde informou que encontrou o vírus que transmite a poliomielite em uma amostra coletada no Aeroporto Internacional de Viracopos, em São Paulo. O poliovírus coletado é o mesmo que está em circulação na Guiné Equatorial. Apesar disso, segundo o Ministério da Saúde, o Brasil não registra casos da doença desde o ano de 1990. Na região, segundo o coordenador regional de Saúde, Lauri De Carli, não existe qualquer caso notificado ou sendo investigado nos municípios de abrangência da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS).
Segundo a médica pediatra e neonatalogista Cristiane Cassanelo, que atua no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), o vírus da poliomielite na sua forma selvagem está erradicado no Brasil e nas Américas desde 1994. “Porém continua em circulação no mundo devido à baixa cobertura vacinal de alguns países, especialmente na África, por isso é extremamente importante que se fique atento à possibilidade de recirculação do vírus no país”, explica.
A médica afirma também que ainda não foram registrados casos de doença adquirida no país, portanto ainda é considerada uma doença erradicada no Brasil. Entretanto, continua sendo a vacinação a melhor forma de se prevenir da doença. “Justamente devido à existência do vírus em circulação no mundo o melhor modo de manter a doença erradicada é a vacinação completa, pois assim não haverá portadores do vírus e este não será transmitido e não causará doença”, salienta.
No Brasil, a vacinação é gratuita e todos os anos é promovida uma campanha nacional para a vacinação das crianças de até cinco anos. Historicamente, a campanha era realizada no mês de junho, mas este ano, provavelmente pela realização dos jogos da Copa do Mundo no Brasil, a campanha ainda não aconteceu. Existem dois prováveis momentos para a realização, nos meses de setembro ou novembro, mas ainda sem confirmação oficial.
Vírus foi encontrado em aeroporto
A Organização Mundial da Saúde (OMS) detectou o poliovírus selvagem tipo 1, que causa a poliomielite, durante coleta de amostras feita em março, no sistema de esgoto do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, São Paulo. Com isso, a OMS informou que novas coletas subsequentes realizadas no mesmo local deram resultado negativo para o WPV1, sigla do vírus em inglês, ou então acusaram positivo para outros tipos de vírus, segundo divulgado pela Agência Brasil.
A agência das Nações Unidas para saúde informou que a cepa do vírus detectada em Campinas é da mesma família da que foi encontrada em um caso de pólio na Guiné Equatorial.
Segundo a OMS, o vírus foi detectado numa coleta de rotina nos sistemas de esgoto e não há nenhuma evidência de transmissão do WPV1.
As autoridades de saúde brasileiras aumentaram a vigilância para detectar sinais do WPV1 e de possíveis casos da doença.