A chuva mexeu com o calendário agrícola dos produtores gaúchos e derrubou a expectativa de aumento na área de cultivo de trigo no Rio Grande do Sul. O excesso de água castigou o solo e deve prejudicar a produtividade do cereal. Nos últimos dias, São Pedro colaborou e permitiu que as máquinas entrassem no campo para a semeadura do trigo. Condição climática também favorável para outra cultura que se mostra cada vez mais representativa no estado. Com uma área de quase 40 mil hectares nesta safra no Rio Grande do Sul segundo levantamento da Embrapa Trigo, a canola tem um desenvolvimento animador na região. “A cultura se desenvolve muito bem. Agora, começa a fase de florescimento da oleaginosa,” explica o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Canola, Abrascanola, Luiz Gustavo Floss.
Na propriedade de Márcio De Carli, em Vila Maria, o excesso de chuva foi empecilho apenas em pontos isolados da lavoura. Os cerca de 20 hectares destinados à oleaginosa entusiasmam o produtor que investe na canola pela primeira vez. “Acompanho a cultura há uns cinco anos, sei que é rentável, e estou animado com esta safra,” comenta.
Dianteira
Um levantamento feito pelo pesquisador Gilberto Tomm, da Embrapa Trigo de Passo Fundo, aponta uma área de 49.730 hectares destinados à canola nesta safra no Brasil. O Rio Grande do Sul lidera o ranking com 80,5% da área semeada. Na sequência, aparecem Paraná, com 17,1%, Minas Gerais com 1,3% e Mato Grosso do Sul com 1,1%. Em 2014, a área de canola no Paraná registrou significativa redução, possivelmente, por causa dos prejuízos climáticos da safra anterior. A elevada umidade e a baixa insolação propiciaram o desenvolvimento de limo sobre o solo limitaram a produção.