Os bons ventos que sopram em solo americano parecem preocupar os produtores brasileiros que não comercializaram a soja da última safra. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a produção deve chegar a 305 milhões de toneladas, um incremento de 7% em comparação ao ano passado. A superprodução inédita dos americanos se deve a redução do cultivo de milho e o aproveitamento de áreas que não foram utilizadas na última safra por causa das condições climáticas. Nesse ano, o tempo colaborou, alavancou a soja americana e deve derrubar os preços do grão mundo afora. Aqui na região, alguns investidores optaram por vender os contratos com receio da gangorra comercial. A bolsa de Chicago registrou queda de 16% no último mês.
Ainda é cedo para pessimismo generalizado conforme explica o engenheiro agrônomo e diretor do Grupo Floss, Luiz Gustavo Floss. “As lavouras de soja americanas estão apenas no início, é o chamado estágio vegetativo. Muita coisa ainda pode acontecer, como incidência de fortes chuvas ou aparecimento de pragas, por exemplo,” explica.
No Brasil, a expectativa é de que a área destinada ao cultivo da soja seja semelhante ou até maior que a da última safra. Os produtores já se preparam para a semeadura através da compra de insumos. Além disso, as cultuas concorrentes, milho e feijão, estão em situação pior. É muito provável que o agricultor não migre para outro cultivo.
Incremento
O aumento previsto na safra americana deve oscilar entre 13 e 18 milhões de toneladas. A última safra gaúcha, considerada excelente em volume de grãos, chegou a 13 milhões de toneladas. Esse incremento previsto em solo americano, se confirmado, será equivalente à produção do Rio Grande do Sul.
Safra recorde de soja nos EUA afeta preço do grão
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