A evolução para a terra

Companhia: nos últimos anos, a agricultura viu a tecnologia chegar no campo e auxiliar a rotina diária em busca de praticidade, facilidade e produtividade

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Apesar dos custos, Ceolin destaca que a tecnologia é um investimento necessário para a sobrevivência da agricultura familiar.Apesar dos custos, Ceolin destaca que a tecnologia é um investimento necessário para a sobrevivência da agricultura familiar.
Apesar dos custos, Ceolin destaca que a tecnologia é um investimento necessário para a sobrevivência da agricultura familiar.
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Representando 21,2% do PIB e 41,2% de todas as exportações do Brasil, a agricultura é uma das áreas que mais cresce no país e que emprega pouco mais de 13 milhões de pessoas em atividades que envolvem o setor rural. Todo o desenvolvimento dos últimos anos se deve, em grande parte, a chegada da tecnologia no campo e a capacitação dos produtores para atender as demandas de um mercado cada vez mais exigente e seletivo. Ainda que eminente, o processo de implantação da tecnologia é, no entanto, um desafio tanto para os pequenos quanto para os grandes produtores. Em Passo Fundo, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e o Sindicato Rural unem esforços na busca da conscientização, apoio e capacitação dos agricultores visando a maior produtividade da região.

Agricultura familiar x tecnologia

Hoje, a agricultura familiar é responsável por 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros. Para as pequenas propriedades, aliar a tecnologia à realidade encontrada no campo é um desafio e, ao mesmo tempo, uma necessidade. Caminhando lado a lado com o pequeno produtor o Sindicato dos Trabalhadores Rurais tem, hoje mais de 600 associados entre os municípios de Passo Fundo, Mato Castelhano e Coxilha. Alberi Ceolin, presidente da entidade até 2017, salienta que o agricultor que não investe na propriedade perde espaço e deixa de fazer parte do mercado. “Hoje a pequena propriedade é uma empresa e o nosso agricultor precisa se adequar às novas tecnologias e à modernidade.”, destaca.

Ceolin enfatiza, também, que a tecnologia por si só não basta. É preciso investir em capacitação para potencializar o alcance de qualquer instrumento tecnológico utilizado na propriedade. “Como pequena propriedade temos a visão de que o agricultor precisa se inserir nas capacitações, nos cursos e nos treinamentos. É importante que o agricultor e especialize com computadores e com o maquinário em si. Como a propriedade é uma empresa, o agricultor precisa se inserir na tecnologia e ter o conhecimento necessário para usá-la. Se o agricultor não se insere, ele acaba sendo excluído do mercado porque não evolui e acaba diminuindo o seu ganho”, contextualiza o presidente.

O cenário da agricultura familiar aponta para um número cada vez maior de propriedades com algum tipo de tecnologia usada. “Hoje nós temos alguns pequenos produtores pensando em novas tecnologias e mapeando as suas propriedades. Como a tecnologia facilitou a vida de qualquer um, o agricultou se insere nesse cenário também”, conta. No entanto, talvez o principal desafio do pequeno produtor é o alto custo que o investimento tecnológico representa na propriedade. Ceolin acredita que essa preocupação faz parte do processo de desenvolvimento: “Temos visto que quanto mais tecnologia, o custo é maior. A nossa preocupação é que o excesso de tecnologia traz, também, dívidas para os agricultores. Temos incentivado o agricultor a usar a tecnologia com cautela, fazendo o custo de produção. Mas essa preocupação faz parte. Todo mundo quer ter a propriedade com tecnologia avançada e isso tem um custo.”.

Apesar dos custos, Ceolin destaca que é um investimento necessário para a sobrevivência da agricultura familiar. “A tecnologia veio facilitar a vida do produtor. Por um lado ela o custo é grande, mas ela diminui a mão de obra, que também é cara. A tecnologia veio para ficar e é preciso se adequar a essa realidade. Como entidade, o Sindicato trabalha com o propósito de o agricultor permanecer na sua propriedade. O agricultor sozinho não vai a lugar nenhum. Precisa estar junto às entidades e estar atento às tecnologias”, conclui. 

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