A busca por maior produtividade faz com que agricultores invistam cada vez mais alto em equipamentos tecnológicos para usarem em suas plantações e o alto custo que isso implica é um desafio enfrentado também nas grandes propriedades rurais. O Sindicato Rural de Passo Fundo, que responde pela categoria patronal, abrange 9 municípios e atua há 65 anos como apoio ao grande produtor.
O presidente da entidade, Paulo de Tarso Silva explica que a maior preocupação do setor rural é a produtividade. “Hoje, você não consegue produtividade se não levar tecnologia para o campo. Então nós incentivamos sempre cursos, pesquisa e dias de campo no sentido de adequar as necessidades do produtor. Entendemos que o grande desafio de possibilitar a tecnologia no campo é o custo de produção. Temos dificuldade em implantar um avanço tecnológico de fato. Mas isso não nos esmorece, nos dá ânimo para perseguirmos esse objetivo. Hoje nós temos apoio de outros órgãos que dão suporte ao produtor para que busque uma produtividade maior”, explica.
A posição da região em relação ao uso da tecnologia é, segundo Silva, de apostar com cautela no que o mercado oferece. “Identificamos que alguns produtores maiores – com maior estrutura – tem conseguido implantar tecnologia na sua propriedade e tem colhido os frutos disso. Graças aos departamentos técnicos de cooperativas se consegue avançar”, comenta. Ele acredita, também, que a mudança proporcionada pelos novos equipamentos é o que garante a unanimidade do uso da tecnologia nas propriedades. “A tecnologia mudou muito porque hoje você aumentou a capacidade de produção em função do avanço tecnológico das máquinas e implementos. O que você fazia, antes, com quatro ou cinco empregados, hoje você faz com um ou dois. Então nesse sentido mudou muito”, analisa.
Ainda assim, o presidente acredita que sem um estudo prévio do quanto se pode investir, a tecnologia acaba influenciando negativamente na propriedade. “Eu continuo insistindo que a implantação da tecnologia – especialmente no que diz respeito à aquisição de máquinas – tem um custo alto o que faz com que o produtor esteja, quase sempre, descapitalizado. Isso influi no resultado da produtividade da propriedade. Eu, como produtor, uso tecnologia numa intensidade média. Se eu exagerar, eu tenho prejuízo e o que eu busco é a produtividade. Eu gostaria de aplicar mais tecnologia, mas eu estou aplicando aos poucos, de acordo com a capacidade de capital de giro da minha propriedade”, exemplifica.
Que o avanço tecnológico - quando pensado e realizado com cuidado - permite o desenvolvimento da propriedade e contribui para o fortalecimento rural, para Silva não há dúvidas. E de todo esse processo, acrescenta ele, o consumidor final é o maior beneficiado: “Não há dúvidas que o uso da tecnologia beneficie o consumidor tanto na qualidade do produto quanto no preço. Se você produz mais, com o custo x, você tem condições de colocar o teu produto no mercado com um custo menor. Então, sem dúvidas, o consumidor é o mais beneficiado pelo avanço tecnológico”, opina.
De fato, hoje, o Brasil é destaque na produção de alimentos no mundo e o produtor rural é um agente que participa ativamente nesse processo.