O investimento da agricultura familiar

A primeira revolução na propriedade de Rosso foi o plantio direto, um sistema de manejo do solo que busca diminuir o impacto da agricultura no mesmo.

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 Edemir Rosso é o dono de uma propriedade de quase 100 hectares localizada no Distrito de Santa Gema. Ao lado da família, mantém dois aviários, uma agroindústria de derivados de leite, plantações de soja e milho, no verão, e trigo, cevada, aveia branca e aveia preta, no inverno. Para ele, a tecnologia ajuda a diferenciar a propriedade. 

Rosso tem 57 anos e, desde cedo, trabalha na agricultura. “Faz 30 anos que eu moro aqui. No início era tudo plantio convencional, tudo lavrado. Era muito difícil. Se perdia muita terra. Eu não gosto nem de lembrar do passado. Comecei a trabalhar com enxada e arado de boi. Hoje, meu filho nem conhece essas ferramentas. Então quando lembro dos meus pais e do nosso trabalho na agricultura, penso como era muito sofrido”, conta. A enxada e o arado de boi foram deixados de lado e perderam espaço para um maquinário com capacidade para realizar todas as atividades dentro da propriedade “A sorte é que veio a tecnologia. Se não tivesse, eu não sei se teria produção de alimentos e grãos hoje”, opina.

A primeira revolução na propriedade de Rosso foi o plantio direto, um sistema de manejo do solo que busca diminuir o impacto da agricultura no mesmo. “Quando iniciou o plantio direto, a gente viu as mudanças de conservação de solo e aumento da produtividade. Não se vê mais hoje rios trancados de terra, como se via há 40 anos. Hoje não existe mais isso”, lembra. Depois disso, os transgênicos trouxeram uma nova realidade para a agricultura. “Se nós estivéssemos fazendo o plantio convencional, estaríamos quebrados hoje. Se não tivéssemos insistido no plantio direto e no uso dos transgênicos, não sei como seria” comenta o produtor.

O alto custo também é um desafio na propriedade de Rosso. “A tecnologia é cara e nem todos tem capacidade de investimento. A tecnologia tem que ser viável, tem que se pagar. Esse é o perigo da tecnologia. É preciso ter o pé no chão. Hoje está sobrando maquinário.” Além do investimento necessário, o produtor destaca a necessidade de orientação: “Nós iniciamos sem ter muita orientação, sem máquinas adequadas, então quebramos a cara no início. Mas, hoje, temos a orientação e a tecnologia precisa vir até nós”.

A orientação, agora, vem de dentro de casa: Leonardo, filho de Edemir, se formou em Agronomia e, hoje, alia o trabalho na Cotrijal com a orientação na propriedade do pai. “Escolhi seguir na agricultura principalmente pra melhorar a condição da propriedade e trazer mais tecnologia para cá. A assistência técnica faz a ligação da tecnologia com o produtor. Cada vez mais é tudo rápido e dinâmico. É importante ter alguém que traga isso pra propriedade”, explica.

A propriedade conta, hoje, com um plantel de máquinas quase completo. Os resultados logo aparecem. Nos anos 80, a propriedade rendia de 25 a 30 kg de grãos por hectare. Hoje, a produtividade foi dobrada. “Eu sofri muito antes quando não existia nem teto no trator. Em dias de sol e frio sofríamos muito na poeira. Pulverizar sem cabine deixava a gente exposto ao veneno. A sorte é que a tecnologia de maquinário chegou até nós. Falavam que era luxo. Não é luxo, é qualidade de vida”, opina Rosso.

Leonardo concorda: “O maquinário trouxe a facilidade de fazer o trabalho e fazer no tempo certo. Existe a janela de plantio e o período de fazer os trabalhos na lavoura são cada vez mais curtos. No ultimo mês, que tivemos as chuvas, para fazer o plantio das culturas de inverno quem não tinha máquina terminou de plantar fora da época recomendada. As máquinas nesse sentido quando estão bem projetadas na lavoura ajudam muito e facilitam o trabalho”. O uso adequado da tecnologia, segundo Leonardo, reflete na produtividade - tão buscada pelos agricultores. “Quando tu faz todas as etapas no período certo, com certeza vai refletir em produtividade. A tecnologia com certeza ajuda”, conclui. 

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