A Guiné anunciou neste sábado o fechamento de suas fronteiras com a Serra Leoa e a Libéria numa tentativa de conter a propagação do vírus Ebola, que já matou 959 pessoas nos três países. O objetivo é impedir a entrada de pessoas desses países na Guiné.
"Fechamos provisoriamente a fronteira entre a Guiné e Serra Leoa por causa de todas as notícias que recebemos de lá recentemente", disse o ministro da Saúde do país, Remy Lamah, acrescentando que o mesmo foi decidido em relação a Libéria. Acredita-se que o recente surto de Ebola tenha começado na Guiné, mas Libéria e Serra Leoa têm a maior incidência de novos casos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou estado de emergência global na última sexta-feira em função do ritmo de propagação do vírus. O Ebola é transmitido entre seres humanos por meio de fluidos corporais. Animais como morcegos são portadores do vírus, que pode ser transmitido às pessoas através do contato com sangue ou do consumo de carne de animais silvestres. Nas últimas semanas, vários países aconselharam seus cidadãos a não viajarem para as regiões afetadas.
O vírus também chegou à Nigéria, que registrou duas mortes. O número total de infectados pelo Ebola é de 1.779, de acordo com a OMS. Dados dos dias 5 e 6 deste mês, registram a ocorrência de pelo menos 68 novos casos. Desses, 26 estariam em Serra Leoa e 38 na Libéria - não haveria nenhum novo caso na Guiné. A região de onde vem o maior número de vítimas é justamente a fronteira desses três países. A OMS disse que essa área deve ser isolada e tratada como uma "zona unificada" - embora não esteja claro como isso deve afetar a estratégia de contenção do vírus.