Autoridades venezuelanas anunciaram hoje (13) que confiscaram 28 toneladas de alimentos e 1,5 mil litros de combustível na primeira noite de fechamento da fronteira com a Colômbia.
A Venezuela enviou, na última segunda-feira (11), pelo menos 17 mil militares para a fronteira com a Colômbia, como uma de várias medidas para combater o contrabando de produtos básicos e de combustível que gera perdas monetárias em ambos os países.
O fechamento deve ser mantido por 30 dias, durante o período da noite, entre as 22h e as 5h (horário local).
Segundo o governador do estado venezuelano de Táchira (na fronteira com a Colômbia), Vielma Mora, entre os produtos confiscados estão óleo alimentar, carne bovina, frango, açúcar, ovos, arroz, açúcar, farinha, massa, manteiga, produtos de limpeza e higiene pessoal, que vão ser distribuídos em instituições beneficentes, hospitais e em ações de solidariedade.
"Está comprovado que as grandes quantidades de mercadorias de contrabando passam durante a noite pela fronteira", frisou.
Segundo o governo venezuelano, o fechamento da fronteira foi decidido pelos presidentes dos dois países - o venezuelano Nicolás Maduro e o colombiano Juan Manuel Santos, durante a reunião no dia 1º de agosto, na cidade de Cartagena, na Colômbia, que debateu a questão do contrabando.
Na ocasião, os dois dirigentes concordaram em lutar contra o contrabando e em criar centros de comando e de controle compartilhados ao longo dos mais de 2,2 mil quilômetros de fronteira comum.
Com as maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela é o país com a gasolina mais barata. Em Caracas, 1 litro de gasolina custa o equivalente a US$ 0,02 (0,014 euro) e, na Colômbia, US$ 1,18 (0,88 euro).
Desde o início de 2014, foram apreendidos perto de 40 milhões de litros de gasolina e 21 mil toneladas de alimentos – entre eles, bens essenciais que, na Venezuela, têm um custo controlado e podem custar até dez vezes mais na Colômbia.
De acordo com o governo venezuelano, o contrabando na fronteira faz sair do país 40% de bens essenciais e 100 mil barris de petróleo por dia, gerando perdas anuais de US$ 3,65 bilhões.
A economia da Colômbia também sofre os efeitos deste comércio paralelo, devido à concorrência desleal dos produtos venezuelanos que entram no seu mercado.