"Os presos são os mesmos e cada vez mais jovens"

Um worshop sobre a situação do sistema prisional e suas consequências abriu as atividades do Movimento pela Paz Sepé Tiaraju, que acontece até sábado (30) em Passo Fundo

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Primeira atividade da programação do Movimento pela Paz Sepé Tiaraju debateu a situação atual do sistema prisionalPrimeira atividade da programação do Movimento pela Paz Sepé Tiaraju debateu a situação atual do sistema prisional
Primeira atividade da programação do Movimento pela Paz Sepé Tiaraju debateu a situação atual do sistema prisional
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O workshop “Execução de pena: questão de Educação” apresentou um panorama da situação atual dos presídios e mostrou que a educação é a principal “arma” para mudar a realidade.

Um dos palestrantes foi o promotor de Justiça da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre, Gilmar Bortolotto, que atua há 16 anos com este tema. A atividade realizada no Auditório do Ministério Público, no final da tarde de ontem (28), mostrou aos participantes que os presídios não passam de um local de recrutamento de mão de obra para o crime. O problema só será resolvido quando houver mudança de conceitos da sociedade em relação aos presídios.

No Rio Grande do Sul existem pouco menos de 30 mil presos. Nos últimos 15 anos, o sistema prisional provocou evasões duas vezes e meio esse número. “É como se todo o preso do Estado tenha fugido do presídio duas vezes e meia. Isso evidentemente custa em recapturas, delitos, etc. É um sistema frágil que precisa ser modificado”, informou o promotor de Justiça da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre.

Os números revelam a fragilidade do sistema e a inserção cada vez maior de jovens no mundo do crime. “O índice de reincidência nos presídios oscila entre 60% e 70%. Os presos são os mesmos e cada vez mais jovens. Não se pode apenas esperar pelo Estado. Toda a sociedade precisa se movimentar”, disse Bortolotto.

Os presídios viraram espaços dominados pelo crime e tem servido apenas para piorar o perfil dos apenados. “Enquanto o preso está contido, ele está sendo deseducado. Ele tem o perfil agravado e isso reflete em violência. O sistema tem funcionado como local de recrutamento de mão de obra para o crime”, revelou o promotor de Justiça.

Programação do Movimento pela Paz segue até sábado (30)
Na manhã desta sexta-feira (29) estão previstas 74 oficinas individuais em diversas escolas de Passo Fundo e outras 11 oficinas coletivas. Um painel sobre “Os desafios da Educação na atualidade: em busca do herói interior e seus valores” com a médica psiquiatra, Drª Anahy Fagundes Dias Fonseca, abre a programação da tarde. No sábado (30), haverá uma atividade de encerramento com ações culturais e recreativas na Praça Tamandaré, a partir das 9h30. A programação completa pode ser acessada no site www.movimentosepetiarajupf.webnode.com

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