Inverno menos rigoroso pode aumentar populações de mosquitos

Além do aedes aegypti, temperaturas amenas e a umidade do inverno possibilitaram o desenvolvimento de outras espécies

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Mosquitos da dengue estão se adaptando e já se reproduzem mesmo em locais onde a água parada não é limpaMosquitos da dengue estão se adaptando e já se reproduzem mesmo em locais onde a água parada não é limpa
Mosquitos da dengue estão se adaptando e já se reproduzem mesmo em locais onde a água parada não é limpa
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O inverno menos rigoroso, com temperaturas amenas e bastante umidade, pode contribuir para um aumento na população de mosquitos nas estações mais quentes. Além dos pernilongos e borrachudos, os aedes aegypti e aedes albopictus têm mais facilidade de se proliferar quando as temperaturas são amenas. Nos últimos meses o número de focos diminuiu em relação aos meses anteriores do ano. Mesmo assim há preocupação tendo em vista que somente até agosto o número de focos encontrados é quase igual ao volume registrado durante todo o ano passado. O alerta é para que as pessoas evitem qualquer tipo de acúmulo de água, seja limpa ou suja.

Até o fechamento do mês de agosto, foram registrados no município 52 focos de mosquitos da dengue, o aedes aegypti, desse total, 5 foram de mosquitos adultos e o restante de larvas. Durante todo o ano de 2013 foram registrados 58 focos do mosquito da dengue em Passo Fundo. Além disso, em 2014, foram registrados 13 focos de aedes albopictus, que não transmite a dengue, mas junto com o aedes aegypti pode transmitir uma doença chamada febre chikungunya, que já teve vários casos registrados no Brasil.

Conforme a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde de Passo Fundo Ivânia Silvestrin os agentes da dengue estão trabalhando para cobrir 100% das residências, escolas, empresas, parques e praças a fim de eliminar possíveis depósitos de água parada. “A população deve evitar o acúmulo de água parada em vasilhames, garrafas pet, lonas, piscinas ou mesmo em poças nos terrenos. Cada vez mais as pessoas devem cuidar porque o verão vai começar e a nossa preocupação é de que os focos voltem a aparecer com mais intensidade”, alerta Ivânia.

De janeiro a agosto, apenas no mês passado não foram registrados novos focos do mosquito de acordo com Ivânia. “Em muitos lugares encontramos pneus com água, por exemplo, e os agentes coletam as larvas, avisam as pessoas que é preciso eliminar esses depósitos e mesmo depois do resultado positivo para aedes aegypti quando eles retornam aos locais a situação continua a mesma”, enfatiza. Neste ano, os pontos da cidade com maior ocorrência de focos são os altos da Petrópolis, região próxima à Estação Rodoviária, Vila Annes, Vila Rodrigues, São Cristóvão e São Luiz Gonzaga.


Mudança do comportamento
O mosquito da dengue tem apresentado adaptações nos últimos anos. A coordenadora da Vigilância Ambiental em Saúde da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde (6ªCRS), a médica veterinária Marli Favretto, explica que os mosquitos estão mais resistentes tanto às baixas temperaturas quanto adaptados a ponto de se desenvolverem mesmo em locais onde a água depositada não é limpa. “Eles estão se adaptando ao ambiente. Antigamente se encontrava larvas apenas em água parada e limpa, hoje já se encontra em água suja. Se a fêmea não encontra água limpa ela encontra outro lugar para colocar os ovos. Além disso, um ovo de mosquito pode ficar até mais de um ano esperando água para eclodir”, explica.
Para se desenvolverem, os mosquitos precisam de umidade e temperaturas amenas. Como o inverno foi bastante chuvoso e teve pouco frio as condições foram favoráveis para o aumento das populações. “Uma preocupação nossa, além da dengue que é transmitida pelo aedes aegypti, é a febre chikungunya que é transmitida pelo aegypti e pelo albopictus. A doença não tem tanta letalidade quanto a dengue, mas causa muitos problemas para a saúde pública”, alerta.

 

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