Quando o artista Delvino Bordignon resolveu fazer um curso de pintura por correspondência aos 14 anos, na década de 1960, não imaginava que seus quadros iriam contar boa parte da história do Rio Grande do Sul nas Mostras da Cultura Gaúcha de Passo Fundo. No interior de Nova Prata, com apenas o terceiro ano do primário concluído, o desejo de estudar não foi esquecido. Com o apoio de um vizinho da família três cursos por correspondência foram realizados, dois de artes e pintura e um de torneiro mecânico, este último que garantiu o sustento de Bordignon por três anos e meio antes de se dedicar a sua verdadeira vocação: a arte.
A história de Bordignon com os pincéis se iniciou ainda na década de 1960 quando ele começou a trabalhar como ajudante na fazenda de um vizinho da família. Ele falou do interesse em fazer um curso por correspondência e o então patrão o ajudou. Depois de realizar um primeiro curso no qual aprendeu a fazer letreiros e placas, que ele faz até hoje, decidiu fazer mais um curso de belas artes e um curso de torneiro mecânico. O início do trabalho artístico em Passo Fundo foi há mais de 30 anos. Ele trabalhava em um posto de combustíveis onde fazia pinturas artísticas em caminhões.
“Pintava o para-lama, decorava o interior das cabines e a carroceria. Formava fila de caminhões pra eu pintar. Chegava em casa no fim do dia com o bolso cheio de dinheiro. Foi ai que consegui comprar a minha casa”, lembra. Foi há oito anos que o talento de Bordignon foi descoberto por CTGs e entidades tradicionalistas que começaram a encomendar pinturas para ilustrar os temas das Mostras da Cultura Gaúcha. Hoje ele é o artista responsável pela maioria dos quadros e painéis pintados que passam pela Avenida 7 de Setembro. Neste ano, apenas uma entidade deve desfilar nove quadros pintados por ele.