Técnica permite congelamento de tecido do testículo para preservar a fertilidade de meninos

Por
· 1 min de leitura
A ideia é que eles sejam encaminhados para pré-tratamento nos centros de referência que estão habilitados a realizar o procedimentoA ideia é que eles sejam encaminhados para pré-tratamento nos centros de referência que estão habilitados a realizar o procedimento
A ideia é que eles sejam encaminhados para pré-tratamento nos centros de referência que estão habilitados a realizar o procedimento
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

 

Divulgado recentemente na conceituada revista Nature, a técnica pode beneficiar adolescentes que precisam passar por tratamento oncológico. Especialista afirma que o procedimento já é realizado no Brasil e oferece opções principalmente para casos de tumores que prejudicam a qualidade do sêmen.

Uma nova descoberta na área da reprodução humana chama a atenção da comunidade científica e pode significar uma alternativa para meninos que precisam se submeter a tratamentos oncológicos. Espermatozoides produzidos a partir do tecido congelado de testículos de ratos recém-nascidos foi usado para gerar filhotes saudáveis, um feito inédito. O estudo foi divulgado recentemente em um artigo na conceituada revista norte-americana Nature Communications.

Conforme o médico Alberto Stein, especialista em oncofertilidade da Insemine, o processo experimental é estudado há muito tempo, inclusive com a realização de congelamentos de tecido testicular em Porto Alegre. “A questão é que quando o paciente é muito novo, ainda não produz espermatozóides, embora seu tecido testicular contenha células jovens que, mais tarde, darão origem ao espermatozoide”, explica Stein. A criopreservação de tecido testicular, tirado de meninos que serão submetidos a tratamento anticâncer, há muito é considerado um meio de preservar a fertilidade.

Em maio deste ano, durante o Congresso Americano de Urologia, realizado em Orlando, a Sociedade para o Estudo da Reprodução Masculina (SSMR) recomendou que o procedimento seja realizado em meninos que precisem passar por tratamento oncológico e que apresentem risco de lesar células germinativas, em função da quimioterapia e/ou a radioterapia. A ideia é que eles sejam encaminhados para pré-tratamento nos centros de referência que estão habilitados a realizar o procedimento.
“Estudos como este publicado na Nature mostram uma luz no fundo do túnel. Muito em breve poderemos utilizar estes tecidos congelados, permitindo aos jovens tratados realizar o sonho de terem filhos, o que até então era impossível”, completa Stein sobre a importância da divulgação de pesquisas sobre o tema, a fim de dar mais consistência à aplicabilidade do procedimento.

Gostou? Compartilhe