Produtores devem estar atentos ao controle da giberela

Pesquisador da Embrapa Trigo alerta para condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento da doença que têm influência direta na qualidade do produto final

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Giberela é uma das principais preocupações de produtores de trigo no momentoGiberela é uma das principais preocupações de produtores de trigo no momento
Giberela é uma das principais preocupações de produtores de trigo no momento
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A primavera que tem se mantido úmida e quente pode causar problemas para o trigo na região. As condições são favoráveis para o desenvolvimento da giberela. A doença tem influência direta na qualidade do produto final, principalmente em função das micotoxinas que podem causar problemas no momento da comercialização do grão. Outra doença que pode aparecer com mais intensidade neste estágio do desenvolvimento é a brusone. Embora não deva causar grandes problemas, os produtores devem estar em alerta. As orientações são do pesquisador da Embrapa Trigo José Maurício Fernandes. 

As culturas de inverno geralmente são beneficiadas pelas temperaturas baixas que inibem o desenvolvimento de pragas e doenças. No entanto, a estação foi mais amena neste ano o que permitiu que patógenos continuassem se desenvolvendo, bem como insetos, como os percevejos, que têm sido identificados nas lavouras. Conforme Fernandes as temperaturas médias da estação ficaram entre dois e três graus acima do normal. A principal preocupação no atual estágio de desenvolvimento do trigo, o enchimento de grãos, é com a ocorrência da giberela. “Há a necessidade de que os campos que ainda não foram protegidos com os fungicidas da fase de espigamento recebam o tratamento porque há risco de ocorrência de giberela sim”, alerta.

Giberela
A giberela, além dos danos, produz micotoxinas que reduzem a qualidade do trigo e, consequentemente, dificultam a comercialização do grão. “Com a expectativa de chuvas em dias consecutivos para os próximos dias, se houver a possibilidade de o produtor proteger a lavoura com fungicidas seria uma condição adequada”, reforça. Apesar de a única forma de se controlar as micotoxinas no trigo seja com a prevenção á giberela, o pesquisador explica que, caso a doença ocorra, o agricultor deve ter o cuidado de separar o trigo no momento da colheita. O grão colhido em áreas afetadas pela doença não deve ser misturado com o retirado das áreas onde não houve a giberela.

Brusone
A região noroeste do Estado, por ter menor altitude, é um pouco mais quente, associado a isso, o fato de o inverno ter sido menos rigoroso favoreceu o maior desenvolvimento da brusone. O fungo que causa brusone é mais tropical e está sempre associado ao Paraná, Mato Grosso, parte do Paraguai e Bolívia. Na região de Passo Fundo, a doença surge no trigo esporadicamente. “É possível que nesse ano tenhamos um pouco mais. Esperamos que não seja uma situação tão significativa como se viu no noroeste gaúcho pela questão da temperatura, mas sim, há possibilidade e não ficaremos surpresos se houverem casos, mas não serão em valores tão significativos quanto no noroeste”, pondera. A brusone tem efeito drástico na produtividade quando ataca as lavouras.

 

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