Com a proximidade do Dia de Finados, os produtores de flores de Passo Fundo e região se preparam para a data. No município, um produtor de rosas espera um aumento da demanda do produto em função da data. Nilomar Zanotto Junior, que tem propriedade na Roselândia, explica que a procura é maior especialmente por rosas vermelhas, em função da tradição de colocar rosas no túmulo da santa popular Maria Elizabeth.
Zanotto Junior explica que após o inverno a produção de flores foi retomada no início do mês de setembro. No inverno, em função das temperaturas muito baixas, a produção tem um intervalo que se estende de julho a setembro. A partir do início do mês passado as áreas plantadas voltaram a receber os cuidados necessários, incluindo a poda, para que possam voltar a produzir. Os produtores iniciam então uma programação para as principais datas comemorativas. A primeira delas é Santa Terezinha, na sequência Nossa Senhora Aparecida e em seguida o Dia de Finados. Em Passo Fundo muitas pessoas compram rosas, principalmente vermelhas, para serem colocadas no túmulo da santa popular Maria Elizabeth, no Cemitério da Vera Cruz. As próximas datas com maior saída para a flor são o Natal, Dia da Mulher, Dia das Mães e Dia dos Namorados.
Cores diversas
Na propriedade são cultivadas sete estufas com rosas de pelo menos oito cores diferentes, embora as vermelhas sejam as mais cultivadas. A família Zanotto também produz outras duas espécies: gérberas e gipsófila (mosquitinhos). O excesso de umidade das últimas semanas tem exigido atenção e cuidados redobrados dos produtores. A chuva demasiada pode causar a podridão cinza nos botões das rosas e diminuir sua qualidade e valor comercial, além de outras doenças que são controladas com agroquímicos. Na propriedade, recentemente passaram a utilizar um sistema orgânico de adubação tendo em vista melhorar a qualidade do solo onde o roseiral está plantado e onde antes era apenas aplicada adubação química.
Falta assistência
Zanotto Junior destaca que o controle das doenças e as práticas de cultivo utilizadas na propriedade, na maior parte, foram desenvolvidas pelos próprios agricultores com base na experiência. Na região há dificuldade para se encontrar assistência técnica. Enquanto a maior parte dos engenheiros agrônomos tem formação voltada para a produção de grãos e pastagens, falta apoio aos floricultores. Ele destaca ainda que grandes produtores de flores conseguem, a partir de um enxerto em uma muda da flor, começar a produzir rosas em seis meses devido às técnicas utilizadas. Na propriedade, embora experiências estejam sendo realizadas para aprimorar a técnica, esse tempo ainda é pelo menos o dobro. “A gente tenta no peito e na coragem e aprende trabalhando”, explica o jovem que chegou a iniciar um curso superior na área, mas acabou desistindo em função da falta de foco na área desejada.
Outra dificuldade enfrentada pelos floricultores se dá na comercialização. Zanotto Junior explica que o custo das rosas produzidas na propriedade e das que vêm de fora é praticamente o mesmo. No entanto, falta assistência técnica para garantir que o volume produzido fosse suficiente para atender a demanda do comércio local e regional.
Esponja vegetal
A família de produtores de rosas trabalha no ramo há mais de 40 anos. O pai, Nilomar Zanotto, acrescenta ainda o cuidado que as pessoas devem ter quando forem colocar rosas, principalmente em cemitérios. Em função dos focos de mosquito da dengue em Passo Fundo a orientação é para que as pessoas não utilizem vasos com água. Neste caso, a alternativa é o uso da esponja vegetal. Após ser encharcada, as rosas podem ser fixadas na base sólida e serem colocadas mesmo em cemitérios sem perigo de se tornarem criatórios para o Aedes Aegypti.