Muito mais do que uma aventura, o Projeto Navegar II: velejando pelas águas do Rio Jacuí tem entre seus objetivos verificar a situação deste importante corpo hídrico que nasce em Passo Fundo e forma uma das principais bacias hidrográficas do Estado. Mais do que isso pretende chamar a atenção para a preservação deste rio tão importante e, ao mesmo tempo, ainda tão desconhecido dos passo-fundenses. Educação ambiental e preservação são palavras chave que uniram escolas de Passo Fundo e região e entidades como o Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas (Gesp) e o Instituto Estadual Cecy Leite Costa, que coordenaram a iniciativa, em mais uma edição de um projeto audacioso.
Todo o trabalho de preparação se iniciou há vários meses e neste sábado será realizado o primeiro trabalho de campo. Divididos em quatro grupos, os participantes da iniciativa percorrerão cerca de 20 quilômetros desde a nascente do Rio Jacuí, próximo à BR-285, na região conhecida como Berço das Águas, até divisa com o município de Marau. O integrante do Gesp Paulo Fernando Cornélio explica que o projeto deve percorrer o Rio Jacuí em várias áreas. “Em alguns pontos não é possível navegar, mas vamos levantar informações sobre a mata ciliar, recursos naturais vinculados ao rio, e pretendemos passar por algumas cidades e entrar em contato com poderes públicos desses municípios apresentando a preocupação com os recursos hídricos”, acrescenta.
O Rio Jacuí tem extensão de aproximadamente 710 quilômetros. “Nossa intenção é popularizar e repassar para a sociedade do município e da região que temos um rio de grande importância que classificamos como o rio da integração do povo gaúcho, porque é o que tem maior número da população, movimenta a economia e tem importância histórica”, completa Cornélio. O projeto busca alertar ainda sobre o destino que boa parte dos resíduos produzidos pelas pessoas tem: os rios.
Pesquisa e desenvolvimento
O professor da Escola Cecy Leite Costa Antonio Rodrigues explica que para o desenvolvimento do projeto foi criado o curso Pesquisa e Práticas Náuticas que envolveram alunos de várias escolas. Embora boa parte das atividades tenham sido desenvolvidas fora do horário de aula, o trabalho interdisciplinar dos conceitos que envolvem a navegação, a importância da preservação, conceitos físicos, geográficos e históricos foram abordados pelos professores durante o ano letivo. “O curso trabalhou meio ambiente, educação ambiental, construção e manutenção de embarcações, primeiros socorros, aula de vela e remo, aula de nós, montagem da embarcação e desmontagem”, acrescenta o professor Rodrigues. Para exemplificar aos estudantes os conteúdos abordados, pequenas embarcações foram construídas.