A mamografia continua sendo o principal meio de prevenção contra o câncer de mama e deve ser feita anualmente pelas mulheres a partir dos 40 anos de idade. Essa recomendação adotada pela Sociedade Brasileira de Mastologia foi reforçada neste fim de semana pelo radiologista norte-americano Edward Sickles, diretor do Serviço de Diagnóstico por Imagem das Mamas da Universidade da Califórnia, em San Francisco, durante o 1º Simpósio Internacional de Imagem em Oncologia, no hospital A.C.Camargo.
Referência para a medicina mundial no que se refere à análise de rastreamento de imagens para se detectar a presença de câncer mamário, o radiologista coordenou o Sistema de classificação denominado Birads (sigla em inglês para Breast Imaging-Reporting and Data System). O método serve para identificar os elementos encontrados nas imagens, que vão desde a inexistência de tumores até os mais variados graus de deformação celular, auxiliando os médicos a escolher a melhor forma de tratamento.
O sistema está na quinta edição (lançada este mês), nos Estados Unidos, e, entre as novidades tecnológicas, traz o recurso da tomossíntese digital ou a mamografia em terceira dimensão (3D), que permite reduzir os casos falsos positivos.
A oncologista Elvira Ferreira Marques, Do A.C.Camargo, alerta que em casos de paciente com mamas densa ou de pessoas com histórico que evidencie o risco da doença, os exames complementares à mamografia são necessários tanto para se ter um diagnóstico mais preciso quanto para a definição do melhor procedimento para conter a evolução do tumor. “Tudo vai depender do grau de rico da pessoa”, explicou ela.
A médica defende que em alguns casos, de paciente com suscetibilidade hereditária, por exemplo, o acompanhamento poderia começar mais cedo, pouco depois dos 30 anos.
Dados do Instituto Nacional de Cancer (Inca) indicam que o câncer de mama é o mais frequente entre as mulheres, com o surgimento de 22% de casos. A estimativa do Inca é que neste ano surjam 57.120 casos.