Os trabalhadores da Associação dos Recicladores de Bela Vista (Recibela), que atuam na Central de Triagem e Transbordo de Resíduos Sólidos Urbanos, no bairro São João, esperam pela arrumação de uma peça da esteira. Os recicladores estão parados. Um prejuízo que chega a R$ 300,00 para cada um dos 27 associados da Recibela.
Uma engrenagem da esteira estragou na segunda-feira e ainda não foi consertada. O equipamento pertence a antiga empresa contratada para fazer a destinação final e transbordo do lixo. A Codepas assumiu a administração do local em janeiro de 2014. “Estamos há três dias parados. O nosso salário depende dos dias trabalhados. O maquinário é da antiga administradora e a Codepas disse que não pode mexer. Enquanto isso, a gente fica sem trabalhar”, informou o coordenador dos trabalhos da Recibela, Nelson Ramos.
No mês passado, a associação conseguiu reciclar 84 toneladas de resíduos, o que gerou cerca de R$ 52 mil. A associação tem custos de aproximadamente R$ 3,5 mil com o transporte dos trabalhadores e corte de grama do local. Cada associado recebe em média R$ 95,00 por dia trabalhado. “Tenho esposa grávida e outros quatro filhos. Não podemos ficar parados. Temos família para sustentar”, declarou Ramos.
A presidente da Recibela, Catarina da Rosa, disse que desde que a Codepas assumiu o local, as condições de trabalho pioraram. “Quem está perdendo são os associados. Temos apenas R$ 11 mil para dividir entre os 27 recicladores neste mês. Antes, estragava uma peça e a antiga administradora demorava apenas algumas horas para resolver. Agora ficamos dias esperando. Apenas uma esteira está sendo utilizada e quando estraga o próprio grupo se mobiliza para arrumar”, disse Catarina.
O associado Gilmar Camargo da Luz enfatizou que a situação é precária. “Está horrível. Não temos condições de trabalho. Eles têm que pensar mais no ser humano que trabalha aqui”, destacou o associado.
Posição da Codepas
O diretor da Codepas, Tadeu Karczeski, informou que a peça da engrenagem já foi encomendada e deve chegar entre segunda ou terça-feira de Curitiba. Um impasse entre a Codepas e a antiga empresa dificulta investimentos no local. “Estamos usando precariamente os equipamentos, porque não temos espaço para colocar outro. A empresa ainda não retirou os equipamentos. A Codepas já licitou uma esteira, só falta a homologação”, revelou Karczeski.
Equipamentos
Com relação aos equipamentos da antiga administradora do local e que ainda estão no aterro, o procurador-geral do município, Adolfo Freitas, explica que está sendo feito um estudo jurídico acerca do tipo de equipamentos. “Existem benfeitorias úteis e benfeitorias necessárias. Então a empresa fez um requerimento pedindo indenização ou compra. Solicitamos então à Secretaria Municipal de Meio Ambiente para que faça um levantamento de quais equipamentos foram instalados, quais se constituem em benfeitorias úteis ou necessárias e vamos analisar a situação”, afirma. Freitas disse ainda que com essa análise poderá acontecer de que o município compre alguns equipamentos que julgue úteis para a continuidade do trabalho e que peça pela retirada por parte da empresa dos equipamentos que não interessarem. A expectativa é que a situação seja resolvida no prazo de 10 a 15 dias.