Uma forma de produção, consumo e distribuição de riqueza centrada na valorização do ser humano. Este é o principal sentido da prática da economia solidária, uma alternativa inovadora e diferenciada na geração de trabalho e na inclusão social. No Rio Grande do Sul, a política de economia solidária atende seis Cadeias Produtivas: a Binacional do PET, das Frutas Nativas, do Peixe, da Lã, das Pedras Preciosas e a do Osso. Em Passo Fundo e na região norte, o Fórum Regional de Economia Popular Solidária (FREPS) trabalha intensivamente na implantação de duas, das seis cadeias produtivas, a Binacional do PET e a das Frutas Nativas.
É com o propósito de fortalecer ainda mais a Cadeia Solidária das Frutas Nativas que a FREPS lançará neste ano, durante a 14ª Feira Regional de Economia Solidária e Mostra da Biodiversidade, quatro sabores de picolés à base de frutas nativas. A ação é articulada por todos os atores da economia solidária. “O trabalho que desenvolvemos é em rede, diferente da cadeia produtiva tradicional, que é fragmentada. Desta forma buscamos envolver em todo o processo aqueles que estejam engajados com esta forma de economia. Desde aqueles que produzem, que distribuem até aqueles que comercializam”, explicou o secretário executivo da FREPS, Ademar Marques.
A diretora do Departamento de Incentivo à Economia Solidária da Secretaria de Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa do Rio Grande do Sul, Nelsa Fabian Nespolo ressalta que Passo Fundo tem sido exemplo para o avanço da Cadeia Solidária das Frutas Nativas em todo Estado. “É de um modo especial que Passo Fundo é destaque no incentivo e fomento desta cadeia, que na região tem avançado muito nos últimos anos. O picolé é mais uma novidade disponibilizada para as pessoas através da economia solidária”.
O Encontro de Sabores, empreendimento da Cadeia das Frutas Nativas é a entidade responsável pela produção dos picolés. Lídia da Rocha Figueiró é quem coordena o Encontro de Sabores e também será ela que irá fazer os picolés. “Para que tivéssemos condições de produção, o projeto recebeu do Governo do Estado todo o maquinário. Um liquidificador industrial, que faz a mistura da polpa e demais ingredientes e outra máquina que dá o formato e congela o picolé”, contou Lídia.
Os sabores que serão lançados na Fresol são da polpa do araçá vermelho, do butiá, da guabiroba e da jabuticaba. Alvir Longhi, membro da equipe técnica do Centro de Tecnologias Alternativas e Populares (CETAP) ressalta a importância do lançamento dos sabores de picolés à base de frutas nativas. “Quanto maior a diversidade de produtos, maior será a demanda pela poupa. Assim, o agricultor que antes não via nas frutas uma fonte de renda, passa a cultivar de forma sustentável o que a mata oferece, além de contribuir com a diversificação da nossa alimentação”.
Valor Nutricional
As frutas nativas são uma excelente opção para quem busca alimentos saudáveis e nutritivos. Além do picolé, a polpa das frutas é utilizada pelo Encontro de Sabores na preparação de sucos, bolos, cremes, salgados e doces. Conheça o valor nutritivo das frutas que estão entre os quatro sabores dos picolés:
Butiá: rico em vitaminas (A, B1, B2 e B3) e minerais (cálcio e fósforo).
Guabiroba: excelente fonte de vitamina C e licopeno, composto fitoquímico relacionado à cor vermelha e que no corpo humano atua na prevenção de doenças degenerativas, em especial o câncer de próstata.
Jabuticaba: rica em vitaminas e minerais (magnésio), sua casca é rica em antocianina, o mesmo composto com ação antioxidante presente no açaí de juçara.
Araçá Vermelho: rico em vitaminas (A e C) e minerais (cálcio, fósforo e ferro).