Hidrovia Brasil-Uruguai demandará investimentos de US$ 150 milhões

O projeto prevê a ligação da Lagoa Mirim com a Lagoa dos Patos para a navegação comercial

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Estudo sobre a Hidrovia Brasil-Uruguai contemplou, no lado brasileiro, as bacias da lagoa Mirim e da lagoa dos Patos, o lago Guaíba, a lagoa do Casamento, os rios Jacuí, Taquari, Caí, Sinos, Gravataí, Camaquã e  JaguarãoEstudo sobre a Hidrovia Brasil-Uruguai contemplou, no lado brasileiro, as bacias da lagoa Mirim e da lagoa dos Patos, o lago Guaíba, a lagoa do Casamento, os rios Jacuí, Taquari, Caí, Sinos, Gravataí, Camaquã e  Jaguarão
Estudo sobre a Hidrovia Brasil-Uruguai contemplou, no lado brasileiro, as bacias da lagoa Mirim e da lagoa dos Patos, o lago Guaíba, a lagoa do Casamento, os rios Jacuí, Taquari, Caí, Sinos, Gravataí, Camaquã e Jaguarão
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A implantação da Hidrovia Brasil-Uruguai vai demandar investimentos de cerca de US$ 100 milhões do governo brasileiro, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e de U$ 50 milhões de parte da iniciativa privada do Uruguai, a qual será encarregada das obras de instalação de terminais e de dragagem. Essas projeções fazem parte do Estudo de Viabilidade Técnica-Econômica e Ambiental (EVTEA) da Hidrovia Brasil-Uruguai, coordenado pela Administração das Hidrovias do Sul (AHSul) e executado pelo consórcio Ecoplan-Petcon, que foi divulgado nesta terça-feira (18/11) na sede do Departamento Nacional de Infraestrutura Transportes (Dnit/RS).

De acordo com o estudo, o projeto que prevê a ligação da Lagoa Mirim com a Lagoa dos Patos para a navegação comercial beneficiará especialmente o eixo Mercosul – Chile, devido à conexão em seus extremos com as malhas ferroviárias e rodoviárias uruguaias e brasileiras, formando um corredor multimodal de aproximadamente 2 mil quilômetros. No Rio Grande do Sul, o empreendimento deverá atrair a instalação de novos terminais ao longo dos rios e lagos, o que deve contribuir para o incremento do transporte de contêiner até o Porto do Rio Grande.

A Hidrovia Brasil-Uruguai, denominada pelo governo uruguaio de Proyecto Binacional de Transporte Multimodal en el Sistema Laguna Merín y Lagoa dos Patos integra também a Carteira de Projetos para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-americana (IIRSA) conformando a Agenda de Projetos Prioritários de Integração da América do Sul (API).
Para a elaboração do estudo foram realizados trabalhos de pesquisa no Brasil e no Uruguai. O lado brasileiro contemplou as bacias da lagoa Mirim e da lagoa dos Patos, o lago Guaíba, a lagoa do Casamento, os rios Jacuí, Taquari, Caí, Sinos, Gravataí, Camaquã, Jaguarão. No lado uruguaio foram avaliados os rios Cebollatí e Tacuary.

O estudo abordou todos os segmentos da cadeia logística hidroviária: modelagem da gestão da hidrovia, portos e terminais. Além disso, abrange a análise da frota existente, opções de novas embarcações para os novos segmentos a serem implantados e linhas de financiamento destinadas ao fomento e modernização da frota, entre outras ações.

De acordo com o superintendente da AHSul, Eloi Spohr, a meta do Ministério dos Transportes do Brasil é diversificar nos próximos anos a matriz logística nacional. Conforme dados da pasta, em 2011 o modal rodoviário absorvia 52% do transporte de cargas, o ferroviário 30%, o hidroviário 13% e o dutoviário e aeroviário foram responsáveis pelos restantes 5%. Para 2025, a projeção é de que o rodoviário caia para 30% e o ferroviário e o hidroviário subam, respectivamente, para 35% e 29%. “A partir desse cenário, o incremento da navegação interior deve ser encarado como uma prioridade nacional. Isso porque está respaldado nos compromissos assumidos pelo Brasil na recente Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15) no que tange à redução das emissões de gases poluentes em um setor altamente poluidor como é o transporte. E, ao mesmo tempo, contribui para o fortalecimento da economia brasileira, possibilitando ganhos de competitividade na comercialização de produtos dos setores agrícola e mineral”, ressalta Spohr.

 

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