O comando da Brigada Militar apresentou ontem uma retrospectiva parcial de 2014, junto com os números divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul. Comparados a 2013, os índices de criminalidade no município diminuíram significativamente, embora o ano tenha sido marcado por momentos de grande redução do efetivo.
Crimes considerados mais graves, devido a violência, como homicídios, latrocínios e roubos de veículos, são os que mais apresentam redução. Conforme o comandante do 3o RPMon, Tenente Coronel Fernando Carlos Bicca, para conseguir manter os números baixos, em um município de alta demanda policial e efetivo reduzido, é necessário tratar o Regimento como uma empresa. “Nós criamos um grupo estratégico que administra a atuação da Brigada Militar e analisa mensalmente os pontos fortes e fracos do nosso trabalho”, explica.
Com essa gestão estratégica, segundo Bicca, é possível pontuar o que está ou não funcionando e, então, melhorar o que é necessário. Foi essa mesma gestão, que elaborou subterfúgios para garantir a segurança da população nos períodos em que boa parte do efetivo deslocou para a Capital, durante e posteriormente a Copa do Mundo.
O mesmo grupo adotou outra estratégia, denominada ‘cultura de mudança necessária’, a qual conferem os méritos da redução dos índices por parte do trabalho da Brigada Militar. “A atividade criminosa muda rapidamente e nós precisamos nos adequar a ela. Os criminosos migram. Nós devemos estar prontos para agir onde os criminosos atuam, a migrar junto com eles”, diz.
Copa do Mundo
Conforme o Tenente Coronel, com o apoio e a compreensão de todos os policiais militares – que dobraram as horas de trabalho –, o treinamento que os preparou para atuar nas situações mais adversas e com uma estratégia traçada, foi possível guarnecer a população no momento em que a mesma desacreditou da segurança pública. “Nós realizamos operações pontuais que contaram com nosso efetivo administrativo, especialmente nos horários de maior incidência. Ninguém deixou de fazer o trabalho de costume, ao contrário, dobraram o trabalho”, relata.
Redução no Efetivo
O 3o RPMon sofre com a redução anual de efetivo. Em 2012, o número já era alto e atingia os 30%. Em dois anos, a porcentagem que deveria ter aumentado, já que uma turma de 60 alunos se formou, caiu até 10%. Dos 60 soldados que concluíram o curso de formação, apenas um permaneceu no município. A Brigada Militar atua, em Passo Fundo, com um déficit de 40% de servidores. “Nós acabamos perdendo nossos policiais para outros concursos, sem contar os que se aposentam ou são transferidos. O tratamento do Governo, não condiz com a importância da atuação da segurança na sociedade”, lamenta.
Passo Fundo tem os melhores índices do Estado
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