A Câmara Setorial da Citricultura da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) apresentou em reunião nesta quarta-feira (26) esboço de projeto que poderá resultar em mais um instituto setorial, a exemplo dos setores do leite, da uva e do vinho, do arroz e da erva-mate. Ainda em fase de discussão de modelo e nome, a proposta começou a ser pensada em 2012, em Montenegro, durante alinhamento estratégico das cadeias produtivas. Em princípio, seguiria os mesmos moldes do recém-criado Instituto Gaúcho do Leite (IGL), composto também por fundo e programa. Diferentemente do setor orizicola, em que o IRGA é gerido pelo poder público estadual, o do citrus teria fundo público e gestão privada. A área de atuação, porém, se assemelharia à do Ibravin e do recém-criado Ibramate, responsáveis por articular demandas da cadeia, incentivar pesquisa, consumo e atrair mercado.
Defesa de modelo
O secretário estadual da Agricultura Claudio Fioreze está convencido da viabilidade do sistema com fundo público e gestão privado. “Depois da reestruturação das câmaras setoriais e temáticas da Secretaria da Agricultura, em que dialogamos com todos os setores produtivos, temos de pensar formas de gestão para além do Estado. Tem de ter autonomia, apesar da parceria”, afirma. Em 2013, por exemplo, o Estado aumentou de 25% para 50% o repasse ao Fundovitis – hoje em torno de R$ 22 milhões/ano -, dos quais R$ 10 milhões vão para o Ibravin, além de recursos que o próprio instituto capta de órgãos com Apex e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O mesmo acontece com o Ibramate: o orçamento provém em grande parte da arrecadação do Fundomate e atualmente está em cerca de R$ 3 milhões por ano.
Avanços e demandas para 2015
A última reunião de 2014 serviu também para colocar em pauta avanços obtidos nos últimos quatros anos e demandas para 2015. A defesa sanitária, em particular o trabalho de combate ao greening - mais devastadora doença que afeta os citros no Brasil-, foi fortalecida. Armadilhas espalhadas por pomares do RS ajudam a detectar focos e diminuir os prejuízos. Ainda que haja preocupação quanto á doença e seja necessária maior incidência nesse trabalho, apontou integrante da Câmara Setorial, a Seapa reestruturou o quadro.