Manejo inadequado de invasora poderá causar perdas

Além da planta, agricultores devem estar atentos para o surgimento de doenças e pragas, como a helicoverpa armigera a partir de agora

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Estudo aponta que apenas uma planta por metro quadrado pode representar perdas entre 4% e 12% na sojaEstudo aponta que apenas uma planta por metro quadrado pode representar perdas entre 4% e 12% na soja
Estudo aponta que apenas uma planta por metro quadrado pode representar perdas entre 4% e 12% na soja
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A ocorrência da buva em lavouras de soja não é um problema novo enfrentado pelos agricultores. No entanto, em muitos lugares, o manejo inadequado da planta invasora tem proporcionado um aumento significativo da infestação. Quem não conseguiu fazer um manejo eficiente antes da implantação da soja no campo tem poucas opções de controle e, dependendo da infestação, poderá ter perdas na produtividade. A planta invasora compete com a oleaginosa por água, nutrientes, espaço e luz.

Conforme o engenheiro agrônomo da Emater Municipal de Passo Fundo Adriano Nunes de Almeida muitos produtores já começaram a relatar o problema do aparecimento da buva. Ele explica que em função do clima, houve um pequeno atraso no plantio da soja e os agricultores estão, agora, procedendo o controle das plantas invasoras. No caso da buva, a dessecação da área antes do plantio da soja é fundamental para não deixar que o problema se agrave. Isso porque a planta apresenta resistência ao glifosato que é um dos principais produtos utilizados para controle. “Quem teve problema de escape na dessecação e não conseguiu controlar, especialmente as plantas que estavam mais desenvolvidas, terá mais dificuldade para controlar”, comenta lembrando que geralmente a infestação não atinge toda a área de lavoura.

Uma das dificuldades para controlar a invasora após o plantio da soja está na restrição ao uso de determinados herbicidas que podem causar danos à cultura do grão. Por isso as doses utilizadas são menores, o que diminui a eficiência contra a buva. “Esta talvez seja, hoje, a planta invasora de maior dificuldade de controle na região”, destaca. Como o problema já ocorre há alguns anos, muitos produtores têm aprendido a controlar a planta que, quando infesta uma lavoura, concorre com a soja por água, nutrientes, luz e espaço. “Normalmente quando não se controla bem na dessecação a buva cresce mais rápido do que a soja. É diferente de outras ervas que vão nascer com a soja e vão ter pouca resistência”, compara.

Controle antecipado
O doutor em Agronomia e professor da UPF Mauro Rizzardi explica que muitos produtores acreditam que a buva somente surge nas lavouras no período de plantio da soja. No entanto, ela começa a se desenvolver ainda com as culturas de inverno. Por isso, é importante que os produtores mantenham uma boa cobertura de solo e façam a aplicação de herbicidas combinados. “Não tem como usar somente um produto e querer controlar todos os tipos de plantas. O produtor precisa fazer uma aplicação combinada para ter eficiência de controle, além de associar boas práticas de cultivo”, orienta.
Segundo o professor, quando se deixa para controlar a buva acima de 10cm de altura a dificuldade será maior. “Quem não fizer um bom controle antes da soja não tem como controlar e ao longo do tempo vai aumentar a infestação. Além disso, muitas vezes o produtor se preocupa somente com a lavoura e não com entorno, como beira de estradas que são áreas potenciais para produção de sementes de buva que são leves e facilmente levadas pelo vento”, acrescenta. O controle ineficaz ou feito de forma errada contribui para o aumento da infestação da planta invasora.

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