Patussi: Estou me preparando para ser prefeito de Passo Fundo

Há 18 anos no PDT, com experiência no Executivo, o vereador Márcio Patussi foi eleito esta semana presidente da Câmara de Vereadores. Em entrevista para O Nacional, fala do futuro político e como será sua gestão à frente do Legislativo

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Eleito para conduzir a presidência da Câmara de Vereadores pelos próximos dois anos, Márcio Patussi, é advogado e militante do PDT há 18 anos. Ingressou no partido aos 17 anos, inspirado nos ideais de Leonel Brizola. Vereador de primeiro mandato divide sua vida entre as atividades políticas e acadêmicas. A experiência efetiva na política iniciou na administração do prefeito Airton Dipp, quando Patussi assumiu a secretaria da Segurança Pública. Foi o primeiro titular da pasta. Antes disso, passou pela Procuradoria Geral do Município e auditoria do município. 

Eleito vereador com mais de dois mil votos, em 2012, esteve a frente da articulação da eleição da Mesa Diretora, na qual foi escolhido vice-presidente da Casa e atuou como presidente interino por cinco meses. Agora ele terá a tarefa de conduzir os trabalhos diante de um novo cenário político, no qual a bancada de oposição está fortalecida, com o apoio de três novos vereadores. O novo quadro foi fundamental para a eleição como presidente. Patussi também terá a tarefa de substituir o prefeito Luciano Azevedo, quando este se ausentar do município, já que o vice-prefeito Juliano Roso, PCdoB foi eleito deputado estadual.

Além disso, com a função, ele recoloca o PDT a frente de um cargo importante no cenário político municipal, o que pode delinear as conjunturas políticas para a eleição de 2016, na qual, por enquanto, o PDT reafirma o desejo de lançar candidatura própria. ON entrevistou o vereador na sexta-feira pela manhã.

ON: Quais são suas pretensões na política?
Márcio Patussi: Não escondo de ninguém que tenho uma admiração muito forte pelo Poder Executivo. Se tiver alguém que gostaria de ser prefeito, sou eu. Fiz uma preparação para isso desde a área técnica, jurídica, administrativa e política. Tenho buscado e quero ter a oportunidade de concorrer a prefeito pelo meu partido. Sei que em algum momento isso irá acontecer e quero estar disposto a representar e servir a nossa comunidade. O administrador precisa ter muita habilidade, jogo de cintura, diálogo e os embates são diários. Por isso, fiz uma preparação, desde 1996, e durante a experiência que acumulei no governo Dipp. Agora desejo a renovação do mandato e quero, no futuro, estar preparado para essa tarefa.

ON: Quando surgiu o apreço pelo Poder Executivo?
Patussi: Isso é algo meu. Sempre gostei de política e, por isso, estudei e li muito sobre o assunto. Não é um sonho, mas é um desejo e tenho feito uma preparação e abdicado de algumas coisas para justamente conseguir concorrer um dia.

ON: Avalie o quadro político formado para a eleição da Mesa Diretora.
Patussi: A eleição da Mesa Diretora foi diferente do quadro que estava sendo projetado. Nós tivemos uma ampliação da base de oposição, onde três vereadores da base governista fizeram uma opção de voto durante todo o processo conturbado das discussões sobre o vale-alimentação dos servidores. Nós que éramos oito parlamentares de oposição os recebemos e observamos a viabilidade matemática da bancada reivindicar a presidência da Câmara de Vereadores. Conversamos com o outro grupo e começamos a reformular essas organizações políticas ao ponto de colocarmos a presidência da Mesa, mas não estava nos meus planos a função. Sou vereador de oposição, mas tenho uma boa relação com o governo. É uma tarefa institucional não é porque sou de oposição que vou virar as costas ao Executivo. A oposição cumpre seu papel no momento de alertar, cobrar e auxiliar, papel que tenho feito com muita serenidade e diplomacia e não vou mudar.

ON: Como o partido avalia essa tarefa?
Patussi: Conversei com o partido e disse que estava disposto e apto de ter essa oportunidade. Para o PDT conquistar esse espaço é muito importante e coloca o partido em uma possibilidade de reivindicar coisas maiores. Estamos em preparação para a eleição municipal de 2016. Nesse sentido, é evidente que todos os grandes partidos tem o interesse em possuir sua candidatura própria e, no nosso caso, retomar o poder. Com esse cenário, avaliamos que o PDT surge como uma grande força, com candidatura própria, sólida e com viabilidade de retornarmos ao Executivo.

ON: Qual seu projeto para 2016?
Patussi: Meu desejo é renovar meu mandato na Câmara de Vereadores. Mas seguirei as orientações partidárias. Se o partido desejar encaminhar algumas ações diferentes, vou dizer que como homem de partido, como quem foi convidado a concorrer em 2008 e 2012 fico a disposição para outros desafios e oportunidades. O PDT está forte e unido para uma candidatura própria.

ON: Como será a atuação da Mesa Diretora?
Patussi: O processo aconteceu naturalmente e faz parte da dinâmica da política. Mas é importante lembrar que a presidência não é nem governo e nem oposição. O presidente representa 21 vereadores e os debates que forem provocados são do jogo democrático, mas a Mesa Diretora precisa representar institucionalmente todos os vereadores. Não devo ter o comportamento de um vereador de oposição. Quando usar a Tribuna para uma manifestação eventual, sobre um assunto pertinente a Administração, ou projeto, quem estará falando será o vereador Márcio Patussi, que pode ter seu posicionamento. O presidente precisa ser uma figura altiva e diplomática por que estamos representando um poder que agrega oposicionistas e governistas.

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