Já é tradição, basta passar o Natal que as lojas voltam a encher de clientes para realizar a troca de mercadorias, afinal, nem todo mundo acerta no presente. Mas neste ano não foram as trocas que atraíram clientes para as lojas, foram os saldões de Natal.
De acordo com o presidente da CDL, Agadir Stramari, as vendas nesse ano tiveram um pequeno crescimento de 2,5% em relação ao ano passado. Apesar de ser pouco, ele garante que está dentro do previsto que era de 2 a 5%. Em função disso, muitas lojas aproveitaram a tranquilidade do pós-Natal para liquidar estoques. Em uma loja de eletrodomésticos, por exemplo, alguns produtos chegavam a 50% de desconto. De acordo com o gerente da loja, Leandro Strapazzon, o movimento nesse Natal foi um pouco abaixo do esperado. Para ele, o momento é estranho. “ Fala-se muito em crise. A gente está tentando entender esse novo momento do mercado e aí conversando com outras pessoas, de outras lojas e outros setores, nós percebemos que muitos não tiveram o crescimento esperado”, comenta. Por isso, a opção de aumentar os descontos. “Conforme o movimento foi ficando mais retraído a empresa aumentou os descontos. Têm produtos hoje com 50% até 60%. Ar condicionado com até 400 reais de desconto. A expectativa é recuperar um pouco o que faltou”, explica. Para ele, a falta de movimento está relacionada com a opção de muitas pessoas de fazer feriado prolongado.
Já em outra loja, de roupas e calçados, o movimento foi um pouco mais satisfatório. Segundo a gerente, Marisete Pozzebon, houve um crescimento de 10% em relação a 2013 e mesmo não sendo o esperado, foi considerado um bom crescimento. Na loja, o movimento de trocas foi um pouco maior, principalmente porque elas não puderam ser feitas antes de Natal, mesmo assim, quase todos os clientes que estavam por lá foram em busca do desconto de até 30% que a loja está oferecendo até o final do ano. Uma dessas pessoas foi a advogada Roberta Godoy Fauth, que aproveitou tranquilidade para comprar um presente para ela mesma. “Acho que é uma boa oportunidade, porque eu vou aproveitar a promoção e começar a pagar só em março, vale a pena”, conta. Outro motivo que a levou às compras nessa sexta-feira (26), foi a diminuição no movimento nas ruas. “Hoje tudo se resolve rápido, até o banco está vazio”, brinca.
A falta de movimento também foi o atrativo para a professora Vanessa de Cesaro Moraz. “Agora você tem mais tempo para escolher, quando está muito cheio a gente não tem nem tempo de olhar”, explica. Para ela os descontos oferecidos depois do Natal são ótimos. “Geralmente depois do Natal as pessoas não compram mais, então as lojas acabam fazendo liquidação e a gente consegue um melhor preço”, comenta.
