A ginecologista do Fertilitat, Centro de Medicina Reprodutiva, Rafaella Petracco, foi premiada no 20º Congresso Mundial de Controvérsias em Obstetrícia, Ginecologia e Infertilidade (COGI). O evento reuniu especialistas da área em Paris, entre os dias 4 e 7 de dezembro.
A tese de doutorado de Rafaella – “Diminuição da expressão do miRNA 135 na fase secretora do ciclo menstrual em pacientes com endometriose” - foi uma das reconhecidas pelo júri científico e agracida com o prêmio de melhor trabalho do congresso. “O trabalho evidencia novidades do ponto de vista das causas genéticas da endometriose, e podem servir, no futuro, para o desenvolvimento de ferramentas terapêuticas e auxiliar no tratamento de pacientes que sofrem de infertilidade causada pela endometriose.”, explica a doutora.
A médica explica que o estudo, é um passo ainda experimental na busca de medicamentos capazes de bloquear a ação de fatores relacionados à endometriose e que podem ser os protagonistas na regulação dos genes que estão envolvidos na manutenção da doença e nas consequências por ela causada.
A endometriose é uma das principais linhas de pesquisa da ginecologista tendo iniciado esse estudo durante sua formação na Universidade de Yale nos Estados Unidos e considera o prêmio o "reconhecimento de um longo trabalho, desenvolvido ao longo de 3 anos”.
A endometriose é uma afecção inflamatória provocada por células do endométrio que durante a menstruação migram pelas trompas e caem na superfície dos ovários ou na cavidade abdominal, onde passam a se comportam como se endométrio fossem. Sofre influencia dos hormônios, multiplicam e sangram determinando um microambiente hostil no encontro do óvulo e do espermatozóide, além de provocar sequelas na anatomia das trompas e da sua relação com os ovários
A doença afeta cerca de seis milhões de brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, entre 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolvê-la e 30% tem chances de ficarem estéreis. Geralmente, o diagnóstico acontece quando a paciente está na faixa dos 30 anos. Os sintomas da doença são cólicas menstruais severas, dor durante as relações sexuais, dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação e infertilidade.