As chuvas regulares no mês de janeiro têm sido aliadas dos produtores que investiram no plantio de soja. É o que aponta o engenheiro agrônomo e vice-presidente de agronegócio da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agronegócio de Passo Fundo, Lamar Sakis. Segundo ele, se o clima continuar do jeito que está, a estimativa é de uma boa safra de soja em 2015. “Ainda temos um período significativo pela frente até começar a colheita, mas podemos dizer que a perspectiva é ótima, se tudo correr bem como está, com chuvas regulares, nós conseguimos chegar ao final da safra com uma produtividade muito boa”.
Porém, a grande quantidade de chuva também pode favorecer o desenvolvimento de alguma doença nas lavouras. “Nos últimos anos o clima não foi tão favorável em termos de chuva. Geralmente, no mês de janeiro a média é de 170 milímetros. Esse ano já choveu acima de 300 milímetros. E muitas vezes chuvas curtas, mas de grande volume. Porém, assim como essa chuva beneficia o desenvolvimento da soja, pode favorecer a entrada de algum tipo de doença. Como temos feito um controle mais rigoroso, estamos correndo menos risco. Há o risco, mas neste ano é menor”, destaca Sakis.
Neste período, a soja se encontra na fase reprodutiva, que vai da floração à produção de vagens. Se o clima do próximo mês for parecido com o de janeiro, a expectativa é que sejam colhidas em torno de 65 sacas por hectare, 40% a mais que em 2014, quando a média da região ficou na casa de 43 sacas por hectare. O agrônomo explica que neste ano o preço da saca deve ser menor que no ano passado, mas mesmo assim, deverá compensar. “Se fizermos a relação de preço do ano passado, que ficou em torno de R$ 65 a R$ 70 a saca, para o preço de hoje, que está em torno de R$ 55, o valor caiu 15%. Mas é bem possível que a produtividade compense a redução do preço de mercado”.