Passagem mais cara a partir de quinta-feira

Decreto que aumentou o preço da tarifa de R$ 2,60 para R$ 2,85 foi publicado nesta terça-feira

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O prefeito Luciano Azevedo, decretou, na terça-feira (14), o reajuste do valor da tarifa do serviço público de transporte coletivo urbano para R$ 2,85, um reajuste de R$ 9,61%. O decreto entrará em vigor a partir do dia 16 de abril de 2015. Entidades contrárias ao aumento reclamam que os reajuste não foi discutido com a sociedade como nos anos anteriores e se mobilizam para solicitar a diminuição deste valor. Conforme o texto do decreto, o preço da tarifa foi baseado nos aumentos dos insumos que compõem o custo da tarifa nos anos de 2013 e 2014, além de considerar a manifestação do Conselho Municipal de Transporte. O reajuste vale para a Codepas e demais empresas concessionárias do transporte coletivo urbano: Coleurb e Transpasso.

Em nota enviada à imprensa, a prefeitura enfatiza que a tarifa de ônibus está sendo reajustada após dois anos sem sofrer aumento. De acordo com as informações divulgadas, desde 2013, o índice acumulado de inflação (medido pelo IPCA) ficou em 15,32%. O Executivo informou ainda que a nova tarifa começou a ser debatida no final de fevereiro, quando as empresas apresentaram as planilhas de custo à prefeitura. “Após receber as planilhas, a Secretaria de Transportes realizou um estudo, aplicando os dados de mercado e utilizando como base as informações do Tribunal de Contas do Estado e do Ministério Público”, esclareceu o secretário de Transportes, Cristiam Thans.

As solicitações de reajuste das empresas de ônibus ficaram numa média de R$ 2,95. O secretário destacou que a nova tarifa foi aprovada pelo Conselho Municipal de Transportes, que entendeu a necessidade de reajuste em função do aumento de insumos como o combustível.

Entidades contrárias
Um dos líderes do movimento contra o aumento das passagens, Tarciel da Silva, que também é presidente do Sindicato dos Comerciários, enfatizou a falta de diálogo do Município com a sociedade. “Eles deveriam ter chamado a população para discutir este valor, como foi feito nos anos anteriores. Não somos contra o aumento, mas que tenha uma base. Esse ano, ninguém chamou a população para o debate, simplesmente a Prefeitura decretou”, reclamou Silva.

O presidente do Sindicato dos Comerciários destacou a falta de confiança nas planilhas, que já foram debatidas em anos anteriores e questionadas, inclusive, pelo Ministério Público. “O Ministério Público já denunciou que essas tabelas apresentadas pelas empresas tem erro. Os trabalhadores da Coleurb receberam aumento de 7,13%, os servidores 8,13% e as empresas de transporte conseguiram um aumento de quase 10%. Estamos discutindo e não descartamos a possibilidade de fazer atos na rua”, revelou Silva.

Estudantes

Já os representantes do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Imed, Carlos da Silva  (presidente) e Leonardo Rodigheri (vice presidente), destacaram que o valor proposto não é apropriado para o serviço prestado pelas empresas. “O Valor não condiz com a distância percorrida e a qualidade do transporte público. Sem levar em conta a falta de linhas em determinados horários, o que obriga os passageiros a permanecerem esperando por horas sem o mínimo de segurança”, criticaram.

O presidente do DCE da UPF João Artur Bonadiman, acredita que os estudantes, mesmo pagando meia passagem serão a parcela mais afetada com esse aumento desproporcional. “Acabamos nos tornando a válvula de escape dos sucessivos aumentos que estão acontecendo no nosso instável  mercado. Temos certeza que esse descaso com o estudante só irá mudar com a licitação do transporte público e principalmente com o Passe Livre estudantil que já é uma realidade em diversas cidades brasileiras”, defendeu.

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