Os caminhoneiros realizam novos protestos. O valor da tabela de frete mínimo, considerada a principal reivindicação da categoria, não foi atendida pelo Governo Federal. Reunião foi realizada ontem (22) entre os representantes dos caminhoneiros e o governo. Na manhã desta quinta-feira (23), quatro rodovias estão sendo alvos dos bloqueios: a BR 101, em Três Cachoeiras, a BR 386, em Soledade, a BR 470, em Veranópolis, e BR 285, em Ijuí.
Os motoristas estão sendo obrigados a parar nestes pontos. Na BR 386, em Soledade, na região Norte do Estado, alguns caminhões que tentaram furar o bloqueio foram apedrejados.
Sem acordo
O resultado do encontro entre governo federal e representantes dos caminhoneiros na sede da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) na quarta-feira (22) não agradou a categoria. Porta-vozes dos caminhoneiros autônomos esperavam que o governo cedesse na questão da tabela de frete mínimo, uma vez que foi irredutível sobre o preço do óleo diesel. Como o governo não cedeu, o tom era de derrota nos diálogos com o governo. “Nós nos sentimos derrotados neste momento. Precisávamos de uma tabela mínima de preço de frete, e não foi isso que o governo deu”, disse Janir Botelho, representante dos caminhoneiros autônomos.
Os caminhoneiros consideram que a tabela mínima, impondo um piso no valor do frete, os protegeria contra oscilações do mercado que, segundo eles, costumam repassar uma baixa lucratividade no preço do frete. “No período de safra, o preço do frete é normal. Mas na entressafra, querem reduzir o preço. O problema é que os preços do óleo, da manutenção e dos salários dos motoristas não abaixam”, disse o caminhoneiro Marcos Vieira, de Mato Grosso.
O ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), no entanto, explicou que a tabela impositiva é inconstitucional, e por isso não pode ser aplicada. No seu lugar, propôs o uso da tabela referencial. Essa tabela seria usada apenas como referência para a negociação do preço do frete, não sendo, portanto, obrigatória sua utilização. “A tabela referencial é um instrumento forte, que viabiliza a atividade econômica. Estamos seguros que uma tabela de custos cria uma base técnica para negociação”, disse o ministro.