Estão em Passo Fundo, desde quarta-feira, duas autoridades religiosas enviadas pelo Vaticano para ouvir os padres que pertencem a Arquidiocese do município. O Prefeito Emérito da Congregação para o Clero em Roma, Dom Claudio Hummes, acompanhado do Secretário Monsenhor Antonio Luiz Catelan, permanecerão no município até domingo. É a primeira vez que uma visita oficial determinada pelo Vaticano é realizada em Passo Fundo. Ela foi motivada, segundo fontes não oficiais, por uma série de dossiês encaminhados à CNBB e ao Vaticano. Dom Claudio Hummes, que também á Arcebispo de São Paulo, foi um dos cardeais que participou do conclave em março de 2013, que culminou com a escolha do Papa Francisco. Hummes é amigo pessoal do Papa, tendo dele toda a sua confiança. Dentro da política de não compactuar com qualquer ato que possa ferir as regras da conduta da Igreja, o Papa Francisco tem determinado apuração de fatos que chegam ao Vaticano.
Nesse contexto, o Arcebispo de São Paulo vai ouvir, individualmente, 72 padres que fazem parte da Arquidiocese. Eles estão sendo chamados desde quinta-feira por ordem alfabética, em local neutro. Cada um terá um tempo de 40 minutos para responder algumas questões que são padronizadas neste tipo de procedimento. Posteriormente, depois de realizar avaliação das ações desenvolvidas, a caminhada pastoral, administrativa, formação do processo vocacional e outra série de elementos, será elaborado um relatório a ser encaminhado ao Vaticano.
Segundo o Vigário Geral da Arquidiocese, Padre Fábio de Moraes, a visita de Dom Claudio Hummes é denominada como Visita Apostólica. De cinco em cinco anos, ela pode ocorrer no Vaticano ou um representante do Papa é enviado para avaliar os trabalhos realizados. No caso da Arquidiocese de Passo Fundo, ela sempre se deu no Vaticano e está ocorrendo antes de completar os cincos anos da última que foi feita.
O anúncio da chegada de Hummes foi informado para Padres e Seminaristas através de uma carta assinada pelo Arcebispo de Passo Fundo, Dom Antonio Carlos, no dia 22 de abril. “Diante de uma série de informações que tem chegado, o Santo Padre achou bem por decretar para nós uma Visita Apostólica”, anuncia o documento. Conforme Altieri, a iniciativa é um processo normal canônico. “A visita é uma avaliação sábia de sintonia. Ela mostra a preocupação da Igreja, a atenção com a unidade e com a caminhada”, falou. Dom Altieri diz que a cada cinco anos os Bispos fazem uma espécie de prestação de contas, e levam um relatório com a situação da Diocese. “Com a mudança de Papa, viagens, compromissos, existe também outra forma que a Igreja tem, em seu diálogo de mãe, que é enviar um legado do Papa para realizar uma visita". Para ele, esse processo irá facilitar, antecipadamente, o relatório que seria enviado quando fosse completado os cinco anos.
