Abuso sexual: mudança no comportamento pode ser um alerta

Hoje é o Dia Nacional Contra Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

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 Joana (nome fictício), é uma menina de 11 anos, extrovertida e alegre. De um dia para o outro, tornou-se apática e deixou de se comunicar. Ao mesmo tempo, emagreceu significativamente e passou a agir com revolta. Essas alterações radicais no comportamento foram fundamentais para que o denunciante constatasse o abuso que ocorria contra a mesma, dentro da casa onde ela morava. Mudanças no comportamento das crianças ou adolescentes são o principal indicativo de abuso sexual, de acordo com o delegado Mário Pezzi, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). “Posso dizer que é um indicativo que não deixa dúvidas. Quando ela altera o comportamento de repente, há o abuso”, afirma.

Joana é apenas uma, de muitas outras crianças violentadas sexualmente no município. Somente este ano, de janeiro até maio, 37 meninas e oito meninos foram vítimas de violência sexual, conforme dados da DPCA. “Posso dizer que o número é alto, infelizmente. Mas acredito que talvez não tenha aumentado o número de casos e, sim, de denúncias”, pondera.

Segundo Pezzi, em 2012, houve um número elevado de casos foram averiguados. “Envolvendo crianças, foram 23, sem contar os adolescentes. Depois de lá, um número maior de denúncias passaram a chegar até a polícia, pelo fato de estarem sendo apuradas e por chegarem ao conhecimento da sociedade. Ou seja, os abusadores estão cientes que vão ser identificados e responderão pelo crime”, completa.

 

Escola como aliada

Embora o número de denúncias tenha aumentado, ainda existe omissão, em especial por parte da família. O delegado explica que são as crianças, as principais vítimas, pois elas ainda não sabem como se defender. “Quando o fato ocorre em casa, com familiares e geralmente com a conivência da mãe, é mais difícil de chegar até a polícia”, diz.

A chance que o menor tem de ser defendido do abusador, nesses casos, é receber auxílio da escola. “As vezes a mãe depende financeiramente do criminoso e acaba se tornando cúmplice para não perder o sustento. Se a vítima relatar para um professor, que é uma pessoa sem veiculação familiar, mais facilmente chegará até nós. As professoras são nossas grandes aliadas nesta causa”, afirma.

 

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