Representante da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) no encontro da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, comemorou a certificação do Rio Grande do Sul como zona livre de peste suína clássica, obtida ao lado de Santa Catarina nesta quinta-feira (28). Para Sperotto, o impacto das medidas será imediato. “É um passo importante, que dá condição aos suinocultores gaúchos e catarinenses de acessarem todos os mercados mundiais”, projeta.
Com isso, o setor espera que os dois estados, que respondem por 68% das exportações brasileiras de carne suína, alavanquem suas vendas no exterior. O status representa uma garantia adicional de sanidade, o que deve induzir países compradores a preferirem os estados que já obtiveram o reconhecimento internacional. Apenas no Rio Grande do Sul, a cadeia produtiva movimentou mais de R$ 13 bilhões em 2014 - e o destino de mais de 30% da produção é o mercado internacional. Rio Grande do Sul e Santa Catarina atenderam a uma série de critérios estabelecidos pela Organização Mundial, examinados por um comitê técnico. O relatório foi produzido por autoridades do setor e remetido ao conselho deliberativo da entidade.
O anúncio aconteceu durante a 83ª Assembleia Geral de Delegados da entidade em Paris, na França. Essa foi a primeira vez que a organização reconheceu zonas livres da doença - até então, a certificação era feita pelos próprios países, com normas estabelecidas internamente. A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, acredita que o reconhecimento internacional é justo, a partir do cuidado com que o país tem mantido na área de defesa sanitária.
Desde 1991, não há registro da Peste Suína Clássica no Rio Grande do Sul. No ano seguinte, a vacinação foi suspensa. O Estado foi um dos primeiros a ser reconhecido como áreas livres da doença no âmbito nacional. Em animais jovens contaminados, a taxa de mortalidade pode chegar a 90%.