Sem um ponto de referência físico – posto policial –, o trabalho desenvolvido no Estado pelos Núcleos de Policiamento Comunitário, é considerado exemplar. O modelo, que tem como propósito a aproximação da comunidade, faz com que os policiais envolvidos realizem o patrulhamento e atendam às demandas, dentro de uma rotina programada. “Nós não cuidamos mais de prédios e, sim, da segurança da comunidade”, diz o comandante dos núcleos do município, Tenente Daisson de Andrade.
E, justamente, por não existir uma necessidade de efetivo fixo, que o perito da polícia japonesa, Koichi Maruyama, iniciou ontem (07), por Passo Fundo, as visitas previstas na agenda. “O objetivo é verificar como funcionam estes núcleos, essa forma de trabalho diferente das que já existem em outros dois estados do Brasil, de interação com a comunidade”, comenta.
Maruyama, salienta que o projeto ocorre a longo prazo no país e já está na terceira fase. Antes visitar o Rio Grande do Sul, o perito conheceu outros dois modelos: São Paulo e Minas Gerais, que usam métodos do sistema Koban – mesmo aplicado no Japão – e de bases móveis de segurança, respectivamente. “Nesta fase do projeto, gostaríamos de disseminar o policiamento comunitário a todo o território brasileiro”, esclarece e completa: “Há pouco estivemos com o prefeito, que diz ser um trabalho de muito bom resultado e muito amado pela comunidade.”
Há 2 anos
As atividades desenvolvidas pelos seis núcleos do município, que contam com um total 24 policiais, existem há pouco mais de dois anos. Desde quando foi instalado o sistema, no final de 2012, o retorno da comunidade é positivo. De acordo com o representante adjunto do Policiamento Comunitário do Estado, André Marcelo Ribeiro, são 500 policiais atuando nos 23 municípios contemplados com esse sistema.
Dentro dos programas, estão previstas atividades de policiamento, propriamente, como também operações especiais, com demandas sugeridas pelos moradores, ações preventivas e comunitárias. “Esse modelo de núcleos funciona a partir de pequenos grupos de policiais, treinados por meio dos Comandos locais, onde o Estado coloca recursos logísticos para desenvolvimento da interação, aproximação e patrulhamento, e o município dispõem de auxílio e incentivo que os integrantes residam nos bairros de atuação”, explica.
Em contraponto, segundo o major, é necessário a participação e o compromisso da comunidade. “São os moradores que devem manter informado, apontar e sinalizar aos policias sobre o que ocorre no local e interagir com eles”, salienta.