Saúde pública vive a pior crise, diz presidente do Simers

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O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simer), Paulo de Argollo Mendes, declarou que a saúde pública gaúcha vive a pior crise da história, desde a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS). Argollo diagnosticou que o quadro é de colapso e preveniu que não há solução no curto e médio prazo, segundo relato e os números das finanças estaduais  apresentados pelo titular da Secretaria Estadual da Saúde (SES), João Gabbardo dos Reis.
As conclusões do dirigente do sindicato médico, que é o maior da América Latina, ocorreram após evento promovido pelo SIMERS que teve como conferencista o próprio Gabbardo. O quadro desenhado pelo gestor é de calamidade no SUS. O titular da SES apontou que o déficit na sua pasta vai alcançar R$ 1 bilhão em 2015. O saldo negativo soma compromissos deste ano e parte que não foi saldada no Governo Tarso Genro.

Gabbardo informou sobre as ações a serem adotadas. A primeira, que deve ter mobilização de diversos setores, será buscar mais recursos da União, que repassa cada vez menos verbas a estados e municípios. Outras medidas, segundo Gabbardo, podem ser empréstimos do Banrisul a hospitais e otimização da gestão e operação dos estabelecimentos nas regiões.
O presidente do Sindicato observou que essas atitudes não têm efeito imediato e criticou fortemente o governo federal, "que aplica apenas 4% do orçamento no SUS, enquanto repassa 48% no pagamento de juros aos bancos". A União respondia, em 2002, por 52,05% das verbas do SUS, e estados e municípios juntos por 47,95%. Em 2013, o quadro se inverteu, pois o governo federal aplicou 42,93% em saúde, e estados e municípios chegaram a 57,07%. 
Atrasos no pagamento de médicos que atuam em hospitais em diversos municípios já provocam redução ou restrições no atendimento. A situação atinge tanto profissionais que são prestadores de serviço, como os com carteira assinada.

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