Reformas na Fifa serão comandadas por autoridade independente, diz Blatter

Além das decisões, coletiva foi marcada por comediante que jogou notas de dólares sobre o presidente que interrompeu entrevista

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O presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter, anunciou hoje (20), após reunião da executiva da Fifa em Zurique, na Suíça, que as reformas na entidade serão coordenadas por uma força-tarefa composta por 11 membros, a ser comandada por um líder independente, cujo nome será anunciado nos próximos dias. A força-tarefa começa a trabalhar, imediatamente, para apresentar uma proposta concreta de reformas no próximo encontro ordinário da Fifa, em Zurique, nos dias 24 e 25 de setembro. A proposta será submetida à aprovação do congresso extraordinário em 26 de fevereiro, quando também será feita a eleição para a escolha do próximo presidente da entidade. Entre as mudanças a serem promovidas estão a checagem mais rigorosa da integridade dos membros do comitê executivo, além de prazo limite para os mandatos.

A coletiva de imprensa teve que ser interrompida por alguns instantes depois que um manifestante jogou dinheiro em Blatter. O presidente da Fifa lamentou o ato, que qualificou de “falta de educação”. Na reunião, também foi dada a largada para o processo eleitoral, com a instalação de um comitê eleitoral que terá seu primeiro encontro no dia 21 de julho. Os candidatos que pretendem participar da eleição para a presidência da Fifa terão que apresentar a intenção por escrito até 25 de outubro.

O presidente da União das Federações Europeias de Futebol (Uefa), Michel Platini, é um dos fortes candidatos à presidência, mas ainda não é certa sua participação na disputa. O príncipe da Jordânia, Ali Bin Al Hussein, que perdeu as eleições para Blatter em maio, deve concorrer novamente. O ex-jogador português Luis Figo, o diplomata francês Jerome Champagne e até o ícone do futebol brasileiro, o jogador Zico, manifestaram interesse em disputar a presidência da maior entidade do mundo do futebol. Joseph Blatter, que comanda a Fifa há 17 anos, foi reeleito para o quinto mandato em 29 de maio, mas anunciou, quatro dias depois, que pretende entregar o cargo. Ele justificou a decisão dizendo que, apesar de ter sido reeleito para a presidência, seu mandato parece não ter o apoio de todos no mundo do futebol.

A renúncia de Blatter aconteceu em meio a revelações sobre um amplo esquema de corrupção envolvendo executivos da Federação e empresários da área de marketing esportivo. Ao todo, 14 réus são investigados pelas autoridades norte-americanas pelo suposto recebimento de subornos e propinas em contratos, num valor estimado de US$ 150 milhões, pelo período de 24 anos. Além disso, autoridades suíças investigam a escolha da Rússia e do Catar como sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, respectivamente.

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo del Nero, não participou da reunião de hoje e enviou uma carta justificando a ausência. Ele alegou que não poderia comparecer pois precisava acompanhar a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a CBF no Senado e o desfecho da Medida Provisória 671, que parcelou a dívida dos clubes. Del Nero tem evitado deixar o país desde a prisão de seu antecessor, José Maria Marin, no dia 27 de maio. Marin continua preso em Zurique até que seja considerado um pedido de extradição feito pelas autoridades norte-americanas.

Agência Brasil

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