Merendeiras recebem capacitação

Tapejara comprou 37% da alimentação escolar de pequenos produtores

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Cerca de 1,4 mil alunos da rede municipal de ensino de Tapejara, agricultores familiares e merendeiras, todos saem ganhando com uma capacitação para as merendeiras realizada nesta quinta-feira (23), em parceria entre Prefeitura e Emater/RS-Ascar. Além de receitas nutritivas, utilizando os produtos da agricultura familiar, as 16 participantes também receberam orientações sobre manipulação de alimentos e higiene. A atividade foi realizada na Escola Municipal São Paulo. Para a nutricionista do município e também uma das instrutoras do curso, Marieli Scariot, o foco é a segurança alimentar. “Queremos capacitar as merendeiras a prepararem alimentos diferenciados e nutritivos, que agradem ao paladar das crianças. Além disso, ensinamos as práticas corretas de higiene e manipulação, para evitar intoxicações. Nosso compromisso é com o bem-estar das crianças”, disse. O município conta com três creches e seis escolas, além da Apae e outros projetos da área da educação.

 No ano de 2014, o município de Tapejara adquiriu 37% da alimentação escolar em produtos da agricultura familiar, ultrapassando os 30% exigidos por lei. E, segundo a nutricionista, neste ano, este percentual também deverá ser ultrapassado. Entre os alimentos adquiridos estão feijão, batatas, cenouras, beterrabas, doces de frutas, leite em pó, massas caseiras e bolachas.
 
Receitas
As receitas ensinadas durante a capacitação foram organizadas pela nutricionista do município e pela extensionista social da Emater/RS-Ascar de Tapejara, Rosangela Curzel Dallagasperina. Segundo Rosangela, buscou-se a inclusão de alimentos saudáveis, ricos em fibras e integrais, mostrando diversas formas de preparo, melhor forma de apresentação, higiene na manipulação, praticidade e criatividade no aproveitamento dos alimentos. Salada de tabule, almôndegas com triguinho, panqueca de cenoura, arroz à jardineira, bolo integral de frutas, bolo de banana com trigo para quibe e sucos foram algumas das receitas trabalhadas.
 
A extensionista social, que também é presidente do Conselho Municipal de Alimentação Escolar, destacou a satisfação no trabalho realizado. “Nós, como Emater, temos um compromisso ainda maior no apoio a ações como essa, na sensibilização e valorização do trabalho das merendeiras, que passaram a processar alimentos oriundos da agricultura familiar”, avaliou.
 
Segundo o secretário municipal da Educação, Desporto e Cultura, Altamiro Galvão Waltrich, na última pesquisa realizada com os pais dos alunos, a alimentação escolar recebeu nota 8,3. “Sabemos da importância do trabalho de todas vocês e agradecemos pelo empenho de todos, em especial, a parceria com a Emater”, ressaltou o secretário.

Novidades
Para a merendeira Marilaine Arcari, que há dez anos está na atividade, participar de capacitações é muito importante. “Sempre se aprende coisas novas. Para muitas das nossas crianças, o alimento que recebem na escola é a principal refeição do dia, então é muito bom conseguir inserir alimentos nutritivos”, disse. Na opinião da merendeira Regiane Castro da Silva, que está na função há cinco meses, a capacitação foi muito boa. Segundo ela, a maior dificuldade é conseguir fazer com que as crianças comam alguns alimentos saudáveis, em especial legumes e verduras. “Com algumas receitas aprendidas aqui, com certeza será mais fácil”, disse, citando o bolo de carne e almôndegas com triguinho.
 
Conforme a assistente técnica regional Social da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, Luciana Gobbi, essas capacitações fazem parte de uma evolução da alimentação escolar. “Hoje é possível organizar a alimentação escolar conforme a realidade local, desde a elaboração do cardápio até a seleção alimentos que serão adquiridos e servidos aos alunos. Os alimentos regionais passaram a ser valorizados, são familiares ao paladar das crianças e culturalmente aceitos. A presença de profissionais de Nutrição nos municípios, a criação dos Conselhos de Alimentação Escolar, o aprimoramento da legislação, a capacitação dos profissionais e a participação da agricultura familiar demostram a importância da atividade e a necessidade dessa integração”, avaliou Luciana.


Gostou? Compartilhe