As temperaturas mais elevadas e o excesso de chuva têm complicado a vida dos produtores de hortifrutigranjeiros. As condições climáticas deste inverno, além de causarem perdas, alteram o ciclo de algumas plantas. Brotação antecipada de frutíferas e baixo desenvolvimento de folhosas são alguns dos problemas registrados na região. No caso das hortaliças, as perdas chegam a 40%. As folhosas, como alface e rúcula, por exemplo, tiveram uma diminuição do crescimento. As informações são da Emater Regional de Passo Fundo.
O engenheiro agrônomo Ivan Guarienti explica que as perdas foram diferentes nas áreas de cultivo protegido em estufa e no campo aberto. No primeiro caso, as perdas chegaram a 30%, principalmente devido à falta de luminosidade que fez com que o ritmo de crescimento das plantas fosse diminuído. Nas áreas de cultivo em campo aberto, as perdas chegam a 50%. Esse maior percentual se deve, além da falta de luminosidade, ao excesso de chuva que danificou principalmente as folhosas. Na média, a perda fica em 40%.
Mesmo com essas perdas, o preço dos principais produtos não teve alterações significativas de preço, conforme destaca Guarienti. “Nesta época do ano os agricultores plantam bastante folhosas, além de produtos como cenoura e beterraba que não sofreram prejuízos”, diferencia. Essa situação deve se manter ainda por cerca de um mês que é o tempo que as hortaliças demoram para serem replantadas e estarem prontas para a venda.
Cebola e batata
Em Ibiraiaras, por exemplo, onde há áreas de cultivo de batata, não foram registrados prejuízos. No caso da cebola, há pouco plantio na região. Mesmo assim, as áreas cultivadas foram recém transplantadas e o bulbo deve começar a crescer quando aumentarem as temperaturas. O aumento do preço nesta época é normal devido à falta do produto. Entre setembro e outubro quando começam a ser colhidas as cebolas precoces, o preço tende a cair novamente.
Brotação antecipada
As temperaturas mais elevadas também são responsáveis pela antecipação da brotação de algumas frutíferas, como é o caso dos pessegueiros. “Elas estão brotando mais cedo por causa do calor. Acima de 12ºC a seiva começa a circular e elas começam a brotar e isso é ruim por dois motivos. Como tivemos pouco frio no inverno, a tendência é elas não brotarem muito bem ou brotarem muito cedo e a geada pegar. O que temos observado a campo é que a brotação está muito forte e muito bonita, mas muito cedo”, explica. Mesmo em regiões mais frias, como São José do Ouro e Sananduva, as plantas estão brotando. A antecipação na brotação é de cerca de 10 a 15 dias. No caso das videiras, as plantas permanecem em dormência.
