Aumento de impostos e privatizações não é regra

Políticos comentam decisão sobre parcelamento de salário

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Para a bancada do PT na Assembleia Legislativa o governo Sartori está fazendo terrorismo com a população gaúcha para justificar o aumento de impostos e a privatização de estatais. Segundo o vice-presidente da bancada do PT, deputado estadual Tarcísio Zimmermann, a bancada do partido tem, desde o início do ano, sugerido caminhos para as finanças do Estado. Entre eles, a criação de um projeto de lei que autorizasse o Estado a sacar 95% dos depósitos judiciais. A medida garantiria R$1 bilhão de forma imediata aos cofres do Estado. “Votaríamos a favor de um projeto como esse, além disso, esse mecanismo daria condições para a administração das finanças do Estado durante este ano”.

Outra possibilidade apontada por Zimmermann, e já sinalizada de forma positiva, seria a intenção da União se associar a CEEE Transmissões. De acordo com ele, isso resultaria em um incremento de pelo menos R$1 bilhão ao caixa do Estado. Além disso, outro mecanismo que o parlamentar sugere é a securitização, uma operação de crédito na qual o governo poderia colocar como garantia impostos atrasados, que ainda são cobráveis, e correspondem a mais de R$7 bilhões. “Existem mecanismos que podem ser utilizados antes de exigir que a sociedade contribua mais através do aumento de impostos”. Segundo ele, essas medidas não exigiriam que o governo pedisse aval da presidente Dilma Rousseff ou do Ministro Joaquim Levy. “É necessário apenas ter vontade política”. Ele ainda destaca que caso o governo petista tivesse sido reeleito e passasse por situação semelhante, as medidas para amenizar a crise não resultariam no sacrifício da população ou das estatais.
Ambiente para crises futuras

No twitter o ex-governador do Estado, Tarso Genro (PT), afirmou que Sartori está criando novas crises para o futuro e tornando o ambiente propício para implementação de uma política de privatizações. As medidas adotadas pelo governador aumentam a dívida pública. “Se arrochar salários salvasse o Estado, o Estado já estaria salvo e seria simples, mas não é. É complexo e demorado”, disse o petista no Twitter.

Na avaliação de Zimmermann e, da bancada, até agora o governo não adotou nenhuma medida de enfrentamento a situação econômica. Segundo ele, é um “desastre para o Rio Grande do Sul” a forma como Sartori tem administrado as finanças. “Essas medidas adotadas criam um clima de depressão fazendo com que toda a população e, principalmente, os empresários e trabalhadores, percam a confiança no futuro do Estado, além de criar uma situação de insatisfação nos servidores”. Ele aponta que esse quadro é estratégico e maquiavélico para que a sociedade aceite sacrifícios para justificar o aumento de impostos e a privatização de estatais como a Cesa, Corag, Corsan e Banrisul. “O que o Estado possui de valor hoje é o Banrisul e a Corsan e nós temos a convicção que, no segundo semestre, Sartori vai propor a privatização destas estatais baseado no discurso da crise”.

Distorções precisam ser revistas
O deputado estadual Vilmar Zanchin (PMDB) avalia o parcelamento dos salários dos servidores como o ápice de uma crise financeira que o Estado enfrenta há 40 anos. Ele aponta caminhos para tentar solucionar a crise financeira. Entre as medidas ele destaca a adoção de um ambiente político favorável para pensar o Estado quanto sua função, atribuições e implantar leis que eliminem distorções existentes como, por exemplo, os altos salários de servidores que recebem acima do teto, a incorporação de funções gratificadas e o regime de previdência dos servidores. “Quando não se tem um ambiente como o vivenciado agora, não se cria condições para discutir essas questões”. Para ele, o ambiente está propício para discutir estas distorções que impactam diretamente nas finanças do Estado.
A função de estatais como a Cesa e a Corag  também precisam ser revistas na sua avaliação. “A Corag no papel gera lucro, mas ela presta serviço para o próprio Estado que paga preços acima do mercado”. Segundo ele, também é necessário rever o “tamanho do Estado” e a capacidade da sociedade suportar sua dimensão.

Deputados da região não foram localizados
Procuramos os deputados da região Juliano Roso (PCdoB), Diógenes Basegio (PDT) e Sérgio Turra (PP), mas nenhum foi localizado. Segundo assessoria Juliano e Turra estavam em agendas pessoais.

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