Crise no RS: Servidores mobilizados

Caravana Unificada dos Servidores Públicos estive em Passo Fundo, na quarta-feira (12), com o objetivo de mobilizar as categorias para a Assembleia Geral Unificada, no dia 18 de agosto

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Durante a tarde, mais de 500 funcionários públicos caminharam pela Avenida Brasil e se reuniram na Praça da Mãe PretaDurante a tarde, mais de 500 funcionários públicos caminharam pela Avenida Brasil e se reuniram na Praça da Mãe Preta
Durante a tarde, mais de 500 funcionários públicos caminharam pela Avenida Brasil e se reuniram na Praça da Mãe Preta
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Representantes do Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul, que abrange 43 entidades, percorrem o interior do Estado para mobilizar as categorias para a Assembleia Geral Unificada, que acontece dia 18 de agosto, em Porto Alegre, que deverá deliberar sobre a greve geral. Na manhã de quarta-feira (12), o grupo realizou uma coletiva de imprensa, na Associação de Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar, para falar sobre as percepções dos servidores em relação à crise e sobre as reivindicações das categorias. Durante à tarde, o movimento realizou uma Plenária Regional na Praça da Mãe, na Avenida Brasil. 

As entidades que representam os servidores públicos estaduais afirmam que a intenção do Governo do Estado é gerar um clima de caos para viabilizar suas medidas e justificar os cortes no orçamento de 2016, piorando o atendimento à população na saúde, educação, segurança, entre outros. “Tudo isso faz parte de uma crise desenhada pelo governo para viabilizar e aprovar os seus projetos, inclusive para aumentar os impostos, utilizando a crise como argumento. Temos dito que essa é a pior opção porque leva ao corte de salários, redução de circulação de dinheiro no comércio, diminuição de atividades na indústria e redução na coleta de impostos. A ideia é favorecer o sucateamento do serviço público para transferência deles para a iniciativa privada”, afirmou o presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos no Estado do RS (Fessergs), Sergio Arnoud.

As entidades também reivindicam a retirada do Projeto de Lei Complementar nº 206/2015, que estabelece normas de finanças públicas no âmbito do Estado, voltadas para a responsabilidade da gestão fiscal e cria mecanismos de controle com objetivo de alcançar o equilíbrio financeiro das contas públicas. De acordo com a presidente do Cpers/Sindicato, Elenir Aguiar Oliveira, esse projeto implica em congelar os salários dos servidores. A retirada do projeto é uma das condições para a não realização da greve geral. “A crise começou quando começaram a ir pra Assembleia esses projetos que organizam a economia no Estado com cortes de investimento e congelamento de salários. Queremos políticas públicas de qualidade para todos. Estamos defendendo o direito da sociedade que paga seus impostos e que merecem o retorno”, destacou Elenir.

Algumas entidades também destacaram os graves problemas enfrentados pelos servidores no dia a dia. “Hoje deveríamos ter cerca de dez mil policiais civis e temos pouco mais de cinco mil ativos. Algumas delegacias estão sendo fechadas ao meio dia, por falta de policiais. Temos policiais que ficam de sobreaviso e não recebem horas extras, é uma situação de doença dos servidores. Gostaríamos que o governo pensasse seriamente nesta situação. Estamos nos juntando a estas entidades sindicais”, disse a presidente do Sinpol RS, Ilorita Cansan.

O vice-presidente do Sindsep, Rogério Ramos, também enfatizou que a categoria está mobilizada para a assembleia do dia 18 de agosto e pede o apoio da população. O presidente do Sintergs, Jones Machado da Rosa, também salientou a questão das privatizações e extinção das fundações. “O governo está pretendendo privatizar aquilo que resta, porque todo o patrimônio imobiliário já foi privatizado e agora querem privatizar os serviços”, enfatizou Rosa.
Participaram da coletiva, a Federação Sindical dos Servidores Públicos no Estado do RS (Fessergs), Centro dos Professores do RS (Cpers/Sindicato), Sindicato dos Servidores do Instituto de Previdência do Estado (Sindipe), Sindicato dos Servidores Públicos do Quadro Geral (Sindigeral), Sindicato dos Servidores Penitenciários do RS (Amapergs), Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do RS (Sinpol), Associação de Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (ASSTBM), Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar (Abamf), Sindicato dos Técnicos-Científicos do RS (Sintergs), Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul (Sindsepe). O movimento unificado já realizou plenárias em Porto Alegre, Pelotas, Santa Maria, Livramento, Caxias do Sul. Amanhã, estarão em Cruz Alta e Ijuí.

Medidas sugeridas para conter a crise
As entidades sugerem que o governo renegocie a dívida com a União, enfrente a sonegação fiscal, reveja isenções e busque novos recursos, entre eles os royalties do petróleo.

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