Representantes de 131 universidades de países do Mercosul estão reunidos na Universidade de Passo Fundo (UPF) até a quinta-feira (13/08) para discutir a curricularização da extensão nas instituições. O Fórum de Extensão do Mercusul é promovido em parceria entre a UPF e a Universidade Nacional do Centro da Província de Buenos Aires (Unicen) da Argentina. O evento tem como tema central das discussões “Tecendo processos de curricularização da extensão” e busca fortalecer a rede de intercâmbio, reflexão, estudos, iniciativas e práticas extensionistas e culminará com a IV Jornada de Extensão do Mercosul. As atividades, que se iniciaram no dia 11 de agosto, acontecem no auditório da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (Feac), Campus I da UPF.
A vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários da UPF Bernadete Dalmolin destacou, durante a abertura do evento, a necessidade de se discutir e problematizar a curricularização da extensão, a fim de que seja compreendida num sentido mais amplo e complexo do que apenas a inserção curricular, seja em forma de disciplina, projeto ou programa. “Acreditamos que esse processo não pode ser pensado de forma estática e hegemônica a todas as formações, tampouco como buscas paralelas. Deve transversalizar os currículos com a singularidade de cada curso e contexto histórico-social, buscando metodologias mais criativas e dinâmicas, que resultem especialmente em salas de aulas abertas e atrativas aos estudantes”, enfatizou. Na opinião da professora, a construção ética e política sustenta uma concepção avançada de universidade.
O secretário de Extensão da Unicen destacou dois aspectos da inclusão da extensão nos currículos universitários. “Por um lado, a extensão não deveria ser uma obrigação para cumprir um requisito legal, se não também um processo de consciência de responsabilidade social”, iniciou. Para ele, a extensão tem a necessidade de incluir uma dimensão social nos currículos e nas prioridades de investigação. “Nós extensionistas estamos aqui para incomodar a docência e a pesquisa porque insistimos na necessidade de inserir a dimensão social nas prioridades e trabalhos. Sentimos a necessidade de transversalizar o conhecimento e de analisar interdisciplinarmente a realidade de vida em que estamos inseridos”, acrescentou.
A extensão instiga
Na opinião do reitor da UPF, professor José Carlos Carles de Souza, a extensão provoca e instiga. “Ela se mostra com força e vigor quando percebemos os resultados do trabalho. Quando encontramos nossos alunos e professores na comunidade aplicando o que foi construído na universidade compreendemos a importância das atividades de extensão”, avaliou. Para ele, não é possível uma universidade viver sem este espaço, que deve buscar a interação e a convivência com as comunidades.
O presidente do Fórum Nacional de Extensão e Ação Comunitária (Forext) Josué Adam Lazier também participou da abertura do Fórum. Ele destacou que a extensão contribui para a sociedade construir autonomamente e coletivamente a sua cidadania. “Projetos, programas e ações realizadas pelas instituições comunitárias aproximam o professor, o aluno, o funcionário, a universidade da realidade, não para espiá-la, mas para compreende-la”, justificou, lembrando que a relação da universidade com a sociedade oxigena o processo educativo e incomoda os processos pedagógicos que ainda não conseguiram enxergar essa realidade.
Programação
O painel de abertura teve como temática a “Integralidade na formação acadêmica: experiências das Jornadas de Extensão do Mercosul”. O painel foi coordenado pela vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários da UPF, professora Bernadete, e pelos professores Daniel Herrero e Adriano Vieira.
Nesta quinta-feira, a programação paralela contempla a realização da Feira Ecológica e Feira de Economia Solidária. Ambas as atividades acontecem no dia 13 de agosto no hall do Auditório da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (Feac), das 14h às 15h.