Desfile de 20 de setembro está confirmado

Para participar proprietários devem apresentar exame negativo para a doença, que pode ser transmitida para o ser humano e em 100% dos casos leva a morte

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Entre os municípios com registros de casos está Carazinho, que teve o parque de rodeios interditadoEntre os municípios com registros de casos está Carazinho, que teve o parque de rodeios interditado
Entre os municípios com registros de casos está Carazinho, que teve o parque de rodeios interditado
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Desde o primeiro caso de mormo registrado em Rolante, foram realizados cerca de 6 mil exames em todo o Rio Grande do Sul para verificar o avanço da doença. Dos exames realizados, 11 deram positivo (suspeito) e foram encaminhadas novas coletas para contraprova no laboratório oficial do Ministério da Agricultura em Pernambuco e ainda não retornaram. As suspeitas foram registradas em diferentes regiões do Estado como Litoral Norte, Fronteira Oeste e no Noroeste. Entre os municípios com registros de casos está Carazinho, que teve o parque de rodeios interditado. A contraprova que confirmará a doença também ainda não retornou. A Secretaria da Agricultura e Pecuária e entidades rurais e tradicionalistas discutem formas de controlar a bactéria que ataca equinos e seres humanos e tem alto índice de mortalidade.

Em razão de uma normativa do Ministério da Agricultura, para conseguir a emissão da Guia de Transporte Animal – GTA – o produtor deve apresentar o exame de negativo para mormo. A nova realidade causou dúvida sobre como proceder em eventos onde tradicionalmente há a participação de equinos “Não estamos cancelando nem proibindo eventos como desfile farroupilha, rodeios e cavalgadas. Em função desse caso positivo de mormo passamos a exigir o exame negativo da doença por uma determinação de legislação federal e para que a doença não se espalhe”, explica o secretário Ernani Polo.

O MTG, a Farsul, a Federação Gaúcha de Laço e a Abccc são entidades que estiveram representadas na reunião na Secretaria e apoiam as medidas de controle da doença adotadas pelo Estado. Segundo a coordenadora da 7ª Região Tradicionalista, Gilda Galeazzi, nenhum animal vai desfilar se não tiver o exame. “Até o momento estamos confirmando o desfile de 20 de setembro, mas cada patrão de entidade será responsável pelas suas cavalarias”. O desfile desse ano sofrerá algumas mudanças porque o palanque oficial, altar da Pátria, será invertido. “O desfile vai começar na Avenida Presidente Vargas sentido Avenida Brasil. Como também acontece o desfile militar, o altar da Pátria não pode ficar à esquerda das autoridades”, afirma Gilda. Cada entidade vai reforçar a fiscalização das suas cavalarias.

O mormo
Registrado pela primeira vez no Rio Grande do Sul, o mormo é uma bactéria que ataca equinos e seres humanos. A gravidade da enfermidade se dá por vários motivos. O primeiro é que não há vacina para combatê-la. Uma vez diagnosticado o animal como positivo a única saída é seu sacrifício. Mais grave ainda é que ela pode ser transmitida para o ser humano e também não há cura, em 100% dos casos leva a morte. As principais implicações são febre, úlceras na mucosa nasal, descarga nasal purulenta ou sanguinolenta, abscessos nos linfonodos e dispneia.

Como fazer o exame?
No site www.agricultura.rs.gov.br, na direita da página onde está escrito Mormo, há uma lista com os laboratórios habilitados para realizar o exame e também uma lista de veterinários credenciados. O produtor pode também procurar um profissional de sua confiança. A coleta é feita na propriedade e encaminhada para um dos 19 laboratórios de todo o Brasil.

Onde ficam os laboratórios?
Os mais próximos ficam em São Paulo. Há também laboratórios em Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Piauí. No Rio Grande do Sul apenas um laboratório está em processo de liberação para que possa realizar o teste. Não havendo nenhum caso positivo no período de seis meses desde o primeiro foco, o Estado pode requerer ao Ministério da Agricultura retorno do status anterior de livre do mormo, sem mais ter a necessidade de exigir o exame, prazo esse que se encerra no início de dezembro.

 

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