O risco de contágio de Mormo, doença que atinge equinos e humanos, está causando cancelamento dos Desfiles de 20 de Setembro no Estado. Até agora, são pelo menos oito cancelamentos confirmados: Vila Nova do Sul, Santa Margarida do Sul, Paraíso do Sul, Tupanciretã, Cacequi, Lavras do Sul, Júlio de Castilhos e Capaçava do Sul. Além disso, em Jaguari, o desfile será realizado sem a participação de cavalos. Segundo a coordenadora da 7ª Região Tradicionalista, Gilda Galeazzi, na 7ª RT dois municípios devem suspender os Desfiles Farroupilhas: Coxilha e Ciríaco. A decisão é tomada pelos próprios municípios e, conforme a coordenadora, cada patrão de entidade será responsável pelas suas cavalarias nos locais onde a atividade vai acontecer. Em Passo Fundo, a cavalaria da Brigada Militar já cancelou participação em alguns eventos, mas, por enquanto, o desfile do dia 20 está mantido.
Nas cidades onde ocorrerão os festejos farroupilhas, no dia dos desfiles, os proprietários dos cavalos devem apresentar a Guia de Trânsito Animal (GTA) de todos os animais. A GTA é emitida depois de apresentados os exames de Influenza, Anemia e Mormo. A ausência da Guia pode acarretar em multa de até R$1.500,00 por cavalo e de R$15.000,00 para os promotores dos eventos. “Por ser uma zoonose e uma doença considerada grave, se recomenda que os animais que estão participando de eventos, rodeios, desfiles ou ainda que estejam em trânsito, devem ter o exame negativo para Mormo e possuir a GTA. Mesmo assim, consideramos que a aglomeração dos cavalos gera um risco, pois aqueles que não possuem os exames colocam todos os outros em perigo, facilitando a disseminação da doença. Devem ser adotadass políticas de fiscalização em todos os eventos”, comenta o professor da Universidade de Passo Fundo, Luiz Carlos Kreutz.
Diagnóstico
Outro problema que agrava ainda mais a existência de casos de Mormo, é a falta de precisão no diagnóstico, já que os sintomas apresentados tanto pelo animal, quando pelo ser humano, são muito semelhantes aos de outras doenças. “Existe uma falha nos métodos de diagnóstico e por isso todos devem estar em alerta, pois falta monitoramento, falta conscientização e até mesmo legislação e laboratórios. Quando as doenças surgem do nada, não estamos habituados, demora até perceber e identificar a doença. Até suspeitar que seja Mormo, já foram feitas outras análises, ele dificilmente é a primeira opção do veterinário”, explica Kreutz.
Suspeita de caso de mormo em humano
Um trabalhador rural de 19 anos, que está internado em estado de saúde gravíssimo, na Santa Casa de Santana do Livramento, pode ser o primeiro caso de infecção pela bactéria causadora da doença do Mormo em um ser humano no RS. A instituição aguarda o resultado de um exame que vai confirmar ou descartar a suspeita. O resultado deve ficar pronto em até 96 horas.
Municípios cancelam eventos
· 2 min de leitura