Você que está lendo este texto, já pensou em tirar um final de semana para levar crianças e adolescentes que foram afastadas das famílias para o cinema? Ou então dedicar um tempo de sua semana para ensinar alguma coisa a esses jovens? E você que trabalha na área da saúde, já pensou em dedicar algumas horas da semana para o atendimento voluntário? Agora, estas iniciativas são possíveis de serem realizadas. O Ministério Público Estadual (MPE) com coordenação da Secretaria de Cidadania e Assistência Social (Semcas) da Prefeitura de Passo Fundo lançaram na segunda-feira o projeto Egrégora. O termo que dá nome à iniciativa tem origem grega e se refere à soma de energias coletivas em busca de um objetivo comum. Neste caso, o objetivo é reforçar na sociedade o papel de responsabilidade no cuidado e acolhimento de crianças e adolescentes que tiveram de ser afastados de suas famílias.
Todos podem ajudar
O projeto prevê que cada pessoa ou empresa possa contribuir de acordo com as suas condições. Quem não puder se envolver diretamente com o tempo pessoal, pode auxiliar financeiramente com a doação de valores. Os recursos podem ser destinados para a aquisição de materiais, para o custeio de atividades de recreação dos acolhidos, como festas de Natal, dia das crianças, ou outras festividades. Profissionais de diversas áreas também podem oferecer atendimentos ou serviços específicos. Na área da saúde, por exemplo, podem oferecer atendimentos médicos, psicológicos, odontológicos, de fisioterapia, e das mais diversas especialidades.
Também é possível oferecer atividades específicas de esporte, lazer e cultura. Especialmente aos finais de semana quando os acolhidos não têm atividades escolares, por exemplo. Oficinas que ensinem as crianças e jovens a desenvolver alguma ação específica também podem ser ofertadas.Ações voltadas à capacitação ou valorização das pessoas que trabalham nas casas de acolhimento também são possíveis de serem realizadas.
Como encaminhar
As propostas de atividades e contribuições podem ser apresentadas diretamente na secretaria do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) junto ao antigo prédio do Quartel. O projeto pode ser simples e deve conter informações como: quem propõe; o que propõe; e como vai efetivar.
Realidade de Passo Fundo
Hoje, Passo Fundo conta com quatro casas de acolhimento com capacidade para atender até 20 jovens cada, além de famílias acolhedoras que, atualmente, são responsáveis por oito crianças. A promotora de justiça e idealizadora do Egrégora, Clarissa Ammélia Simões Machado, explica que o MPE verificou que em Passo Fundo as deficiências materiais ou estruturais das casas de acolhimento podem ser resolvidas facilmente. No entanto, é preciso avançar no oferecimento de um acolhimento que conte com um olhar mais específico sobre as necessidades dos jovens.
O sub-procurador de Justiça do Rio Grande do Sul Fabiano Dallazen participou do lançamento e destacou o ineditismo do projeto no Estado que servirá de referência para outras regiões. Além disso, enfatizou a importância do MPE na fiscalização e proposição de alternativas para a solução de demandas da sociedade.
Informações
Quem tiver dúvidas sobre o projeto pode entrar em contato com a Semcas pelo telefone 3312-3070.