Até o final da tarde de sexta-feira (28), o Governo do Estado ainda não sabia precisar qual seria, de fato, o valor pago aos servidores públicos nesta segunda-feira (31). As projeções indicam que o funcionalismo estadual deve receber em torno de R$ 620 por matrícula no próximo contracheque. Com isso, os salários de quase todo o funcionalismo serão parcelados. O valor, porém, depende de quanto entraria em caixa até o dia 28.
Até agora, em agosto, a arrecadação de ICMS, que é a principal fonte de receita do governo, chegou a R$ 1,4 bilhão, porém, 25% foram repassados aos municípios, restando R$ 1,1 bilhão ao Piratini. Desses, o governo do Estado terá R$ 505 milhões na virada do mês e, descontando o duodécimo equivalente a R$ 290 milhões, restarão apenas R$ 215 milhões em caixa. Na prática, se usar os R$ 215 milhões para a folha, divididos entre as 347 mil matrículas, fica o valor de R$ 620 para cada uma.
Greve
Caso os vencimentos não sejam quitados na totalidade, como já é previsto, os servidores públicos estaduais prometem paralisação de quatro dias – entre o dia 31 de agosto e 3 de setembro. Ao todo, 43 categorias devem aderir aos protestos, mas a suspensão de serviços deve afetar, principalmente, educação, saúde e segurança.
O Sindicato dos Policiais Civis (Urgeirm) definiu ainda na última quinta-feira (27) a paralisação da categoria por quatro dias a partir da meia-noite de segunda-feira. Em Passo Fundo a mobilização, a partir de segunda, acontece em frente a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), no bairro Petrópolis. Conforme um dos representantes do Sindicato, Luiz Fernando Perin, 30% do efetivo estará a disposição da comunidade dentro das delegacias, mas serão priorizadas ocorrências graves como homicídios, latrocínios e crimes ligados à Lei Maria da Penha.
Já o Cpers, em reunião realizada na tarde de sexta-feira, em Passo Fundo, confirmou a paralisação também de quatro dias. Na segunda-feira, a mobilização acontece a partir das 8h em frente ao Banco do Brasil. “Escolhemos esse local para simbolizar o fato de irmos aos bancos mas não podermos retirar o nosso salário”, explica o professor Orlando da Silva. Já na terça-feira, dia 1º, a categoria vai se concentrar junto ao 3ºRPMon e às 18h realiza uma caminhada luminosa até o centro da cidade. Na quinta-feira, dia 3, os servidores se unem aos colegas da Capital para um ato em frente ao Palácio Piratini. Pelo menos cinco ônibus com professores da região devem seguir para Porto Alegre.
Além do pagamento em dia e integral, os trabalhadores pedem a retirada do projeto de lei complementar 206/2015, que institui a Lei de Responsabilidade Fiscal Gaúcha, visto como uma medida para o congelamento de salários e diminuição de serviços. Na próxima segunda-feira, os representantes do chamado Movimento Unificado se reúnem na Capital, às 14h, para discutir os rumos da mobilização.