Conhecer o patrimônio natural é essencial para valorizá-lo e estimular sua preservação. Com essa certeza, o Museu Zoobotânico Augusto Ruschi (Muzar) atua há mais de 40 anos - mais precisamente, desde 25 de agosto de 1975. Nessas quatro décadas, as mais diversas formas de vida estiveram em evidência, e puderam ser conhecidas e apreciadas por milhares de pessoas, de Passo Fundo e região. O Muzar é um setor de apoio do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade de Passo Fundo (UPF), e neste aniversário, enriquece seu acervo com uma nova atração, que já recebeu o carinho da comunidade acadêmica e regional.
Brisa, a onça que viveu no Zoo, é a mais nova atração do Muzar
Durante sete anos, Brisa, uma onça fêmea, viveu no Zoológico da UPF. Vinda do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, chegou no ano de 2000 por meio de uma permuta. Brisa encantava os visitantes no período em que permaneceu no Zoo. Porém, bastante debilitada nos últimos anos de vida, apresentava dificuldades de locomoção, e o agravamento do quadro foi a causa de sua morte, no ano de 2007. Agora, sua pele foi tratada e conservada e passa a integrar o acervo do Muzar. Com ela como protagonista, uma exposição especial foi montada para esperar os visitantes e comemorar os 40 anos do Muzar.
Importância para a região
O Muzar já ocupou diferentes espaços do Campus I. Desde 2010, está instalado no prédio atual, com uma proposta museográfica adaptada às necessidades de atendimento ao público, de conservação do acervo e de apoio ao ensino e pesquisa, sendo referência no interior do Rio Grande do Sul em seu destaque arquitetônico.
Possui acervo de coleções de zoologia, botânica, paleontologia e geologia, somando aproximadamente 25 mil exemplares. Identifica, conserva e registra coleções didáticas e científicas, para estudo da biodiversidade, exposições, educação museológica e ambiental. Possibilita a inter-relação do ensino, da pesquisa e da extensão, com o envolvimento de acadêmicos, professores e comunidade, oportunizando a formação acadêmica extracurricular e o intercâmbio com instituições similares. Atende à comunidade interna e externa, de Passo Fundo, da abrangência multicampi e além dela. Em visitas às exposições e atividades no museu, recebe uma média de 10 mil visitantes por ano e em atividades extramuros, nos últimos dez anos, atingiu mais de 300 mil pessoas. O Muzar não tem registro de visitação dos primeiros cinco anos de atividade. A partir de 1980 até hoje, estima-se que passaram pelas exposições mais de 230 mil visitantes.
Sobre a onça-pintada
Trata-se de um animal de corpo robusto, dotado de grande força muscular. O comprimento do seu corpo varia entre 1,10m a 1,85m, e peso de 50kg a 160kg. Onde vive, é o maior e mais forte predador. Seu corpo possui pelagem fina e coloração amarelada, com exceção do peito e ventre, que são brancos. Apresenta pintas pretas na cabeça, pescoço e patas. No dorso, essas pintas formam rosetas que têm, no seu interior, um ou mais pontos. Podem ocorrer indivíduos inteiramente negros, sendo esta apenas uma característica melânica da mesma espécie. Mesmo nesses indivíduos, as pintas podem ser visualizadas na luz oblíqua.
A onça vive em vários tipos de habitat. No Brasil, está presente em todos os biomas: Amazônia, Pantanal, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Campos Sulinos. Sua dieta é composta de uma grande variedade de vertebrados de médio e grande porte, como: anta, queixada, cateto, capivara, paca, jacaré, cágado e peixes. No entanto, quando o número destes animais diminui, geralmente por alterações ambientais provocadas pelo homem, as onças podem vir a se alimentar de animais domésticos.
São animais de hábitos solitários, podendo viver até 22 anos em cativeiro. Sua atividade pode ser tanto diurna quanto noturna. Apesar de ser terrestre, escala árvores e nada com agilidade. Necessita de grandes áreas para sobreviver, em locais conservados e com recursos d’água.
A espécie foi intensamente perseguida e capturada para exposição e comércio de peles. No Brasil, ela praticamente já desapareceu da maior parte das regiões nordeste, sudeste e sul. A destruição de habitats aliada à caça predatória, devido principalmente ao alegado prejuízo econômico causado às criações de animais domésticos, fazem com que as populações venham sendo severamente reduzidas.
A espécie é considerada “criticamente em perigo” no Rio Grande do Sul, de acordo com a Lista de Espécies da Fauna Gaúcha Ameaçadas de Extinção FZB (2014) e “vulnerável”, segundo o Livro Vermelho da Fauna Brasileira IUCN (International Union for Conservation of Nature, 2010).
Escolas e comunidade são convidadas a visitar
A comunidade e escolas estão convidadas a visitar o Muzar que, além da Brisa, tem como atrações neste semestre as exposições: Biodiversidade: preservação do ser humano; Bichos nojentos: eu, você ou eles?; e Coleções do Muzar e Ecossistemas Sul-Brasileiros.
Horário de visitação
Segunda à sexta-feira: 8h às 12h e 13h30min às 17h30min
Terças e quintas-feiras à noite: 17h 30min às 21h
Agendamento de escolas pode ser feito pelo site www.upf.br/muzar ou pelo telefone: (54) 3316-8316.