Semana crítica para a agricultura na região

Após as geadas do último final de semana, a previsão de excesso de chuva em dias consecutivos associada ao calor é que preocupa os produtores rurais

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Os agricultores da região estão em alerta com as previsões do tempo para os próximos dias. Depois de duas geadas no último final de semana, uma de intensidade moderada e outra fraca, os danos nas lavouras de trigo devem começar a aparecer nos próximos dias. No caso da canola, ainda não há indícios de grandes prejuízos. Os danos também atingiram áreas de horticultura e fruticultura.

No caso do trigo, os estragos causados pela geada demoram entre cinco e sete dias para aparecerem. Quem explica é o agrônomo da Biotrigo Genética Tiago De Pauli. Segundo ele, os primeiros indicativos visuais são o branqueamento das glumas das espigas. O segundo sintoma é quando ocorre um estrangulamento do pedúnculo rente ao último nó do colmo da planta. Isso pode ser verificado puxando-se com a mão e a espiga é arrancada com facilidade. “Posteriormente, e geralmente após a primeira chuva, já se pode observar os danos nos grãos das espigas, como grãos chochos, enrugados e de coloração mais escura. Isso ocorre devido ao rompimento das paredes celulares pelos cristais de gelo formados pelo congelamento do suco celular”, detalha.

Os danos causados pela geada são irreversíveis, no entanto, geralmente o fenômeno não atinge as áreas uniformemente. Além disso, o estágio de desenvolvimento da planta também interfere na severidade dos danos, sendo mais prejudicial quando ocorre no florescimento. “Por este motivo o melhor que se pode fazer é avaliar o dano de cada lavoura e acionar seguro ou Proagro”, orienta.

Ciclo adiantado
Pauli explica ainda que o calor intenso aliado ao comprimento do dia adiantou o ciclo do trigo, fazendo com que os materiais semeados em junho, principalmente, adiantassem o desenvolvimento, atingindo o período crítico da cultura, o florescimento, mais precocemente, comparado aos anos anteriores. “O efeito da geada é determinado diretamente pelo estádio fenológico da planta e não pelo histórico climático da decorrente safra”, reforça.

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