No dicionário, suicídio significa a “ação de acabar com a própria vida, de se matar”. Mas poderíamos, sem problemas, agregar outra definição: a falta de ajuda. Na maioria dos casos é assim. Diz a Organização Mundial da Saúde que 90% das pessoas que tiram a própria vida poderiam ter sido salvas caso houvesse uma intervenção prévia especializada. Mas não é o que ocorre na maioria das vezes. Os dados sobre o assunto são muitos, mas, segundo especialistas, não chegam a um décimo dos casos.
A estimativa é de que ocorra um suicídio a cada 40 segundos no mundo. Já uma tentativa é registrada a cada três segundos: 800 mil pessoas morrem assim por ano, segundo a OMS. É uma questão sem nacionalidade, tratado como epidemia em alguns países e como problema de saúde pública no Brasil. O Rio Grande do Sul encabeça o ranking de estado com mais mortes a cada 100 mil habitantes. Algumas cidades gaúchas estão entre as que mais acontecem suicídios no mundo. Passo Fundo não é diferente: o número de casos acompanha a média estadual.
Para a imprensa, o tema é considerado um tabu. Noticiar um caso por si só não é o “correto”, dizem alguns especialistas: a publicidade de um caso pode incentivar outras pessoas a fazer o mesmo. A maioria aponta para a necessidade de mostrar às pessoas da gravidade do problema e de como evitá-lo.